O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (18) que “a presidência do Brasil no G20 é histórica” por levar à discussão, “por provocação brasileira”, temas como o impacto do aquecimento global sobre os países pobres e a taxação dos super-ricos.
As declarações foram dadas em Washington, nos Estados Unidos. O Brasil assumiu mandato de um ano à frente do organismo internacional em dezembro de 2023.
“Obviamente que os interesses corporativos e nacionais muitas vezes são obstáculos a chegarmos a um consenso. Mas só o fato de fazer 20 ministros das finanças dos países mais ricos do mundo sentarem à mesa para buscar uma solução global, é uma coisa inédita, que precisa ser muito valorizada”, afirmou Haddad. “Estamos com uma pauta internacional, global, visando equacionar os problemas que afingem toda a humanidade, que precisa voltar a sonhar com dias melhores. É muita tensão no ar. É muita briga no ar. Muito desentendimento, muita intolerância. E nós precisamos virar essa página. Queremos um mundo sem guerra, com respeito mútuo, com autodeterminação dos povos. Precisamos encontrar caminhos para que isso volte a ser possível”, defendeu.
Haddad falou ainda sobre a descarbonização da economia mundial, que seria uma exigência “científica”, e não “ideológica”. E produzir energia limpa no Brasil, segundo o ministro, é “juntar a fome com a vontade de comer”, porque as fontes solar e eólica serão, de acordo com ele, atualmente as formas mais baratas de geração de eletricidade e estão à disposição em larga escala no país. “Isso nos coloca em uma posição de vantagem no mundo”, argumentou.
Sobre a reunião desta quinta-feira com o ministro das Finanças da China, Haddad disse que a expectativa é “crescer” a conexão com o país, atualmente o principal aliado comercial do Brasil. “O Brasil não pode escolher parceiro. O Brasil é um dos poucos países do mundo com relações diplomáticas com todos os países. E nós temos interesse em ter parcerias com os Estados Unidos, com a Europa, com a China — os três grandes blocos econômicos — e com os demais países com quem temos relações”, afirmou.
Fonte: R7