Putin dá sermão a líderes africanos que tentam mediação com a Ucrânia

Os líderes africanos estão buscando acordo em uma série de “medidas para construir confiança”

O presidente russo, Vladimir Putin, interrompeu neste sábado falas de abertura de líderes africanos que buscam mediar o conflito na Ucrânia para apresentar uma lista de motivos pelos quais ele acredita que muitas das suas propostas são equivocadas.

Putin havia dado as boas-vindas aos líderes de Senegal, Egito, Zâmbia, Uganda, República do Congo, Comores e África do Sul no Palácio Konstantinovsky na costa sul do Golfo da Finlândia, sublinhando o compromisso da Rússia com o continente.

Mas, após apresentações dos líderes de Comores, Senegal e África do Sul, ele interveio para contestar as premissas do plano antes que a rodada de comentários de todos os representantes pudesse progredir.

Putin reiterou sua posição de que a Ucrânia e o Ocidente começaram o conflito muito antes de a Rússia enviar suas forças armadas para o outro lado da fronteira em fevereiro do ano passado.

Ele disse que o Ocidente, e não a Rússia, era responsável pelo aumento agudo dos preços globais dos alimentos no começo do ano passado.

Ele disse à delegação que exportações de grãos ucranianos dos portos do Mar Negro que a Rússia permitiu ao longo do último ano não estavam conseguindo aliviar as dificuldades da África com preços altos de alimentos porque foram, em grande parte, para países ricos.

Afirmou que a Rússia nunca se recusou a conversar com o lado ucraniano, e que foi bloqueada por Kiev.

O plano africano inclui um pedido para que todas as crianças envolvidas no conflito voltem para onde saíram, mas Putin disse que a Rússia não estava impedindo que nenhuma criança ucraniana retornasse para casa. “Nós as retiramos de uma zona de conflito, salvando suas vidas”, disse.


Os líderes africanos estão buscando acordo em uma série de “medidas para construir confiança”, embora a Ucrânia tenha começado uma contraofensiva semana passada para empurrar as forças russas do território ucraniano que elas ocupam. (Bahia.ba)

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