Se a Rússia avançar na Ucrânia, “as igrejas serão fechadas”, diz líder de ministério

Foto: Reprodução

A invasão russa ao território da Ucrânia, anunciada no começo desta semana pelo presidente Vladimir Putin, poderá resultar numa série de ações contra a liberdade religiosa no país vizinho. É o que explica Daniel Johnson, diretor da Christian Radio For Russia (CRFR), um ministério cristão que faz transmissões evangelísticas para os dois países.

Daniel explicou para o Christian Post que o governo russo tem implementado uma série de restrições para o funcionamento de igrejas evangélicas na Rússia, o que não será diferente se o país passar a controlar as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, situadas na Ucrânia.

“Os cristãos estão esperando que os russos não cheguem muito longe porque as igrejas definitivamente serão fechadas nas áreas que eles assumirem, porque essa é sua prática e essa é sua história”, disse Daniel, que atualmente vive na cidade de Odessa, Ucrânia.

Em um comunicado em rede nacional na segunda-feira (21), Putin argumentou que a entrada da Rússia em Donetsk e Luhansk deve ocorrer por causa do suposto desejo dos moradores locais de serem independentes da Ucrânia, voltando a pertencer ao território russo como no passado, quando existia a União Soviétiva.

Além disso, Putin alega que a Ucrânia estaria sendo usada pelos Estados Unidos e os países membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), como uma alavanca para um possível ataque ao território russo no futuro.

No que compete ao suposto desejo separatista dos ucranianos, Daniel disse que não é o que ocorre em sua cidade. “Até ontem [segunda-feira], houve um grande protesto na cidade de Odessa, onde as pessoas estão dizendo: ‘Ei, esta é a Ucrânia e não queremos a Rússia aqui.’”, disse ele.

“É diferente… do que Putin afirmou ontem à noite, que as pessoas nas [regiões separatistas] estavam dizendo que queriam fazer parte da Rússia. Bem, aqui em Odessa, eles estão dizendo: ‘não queremos fazer parte da Rússia e ficar longe’”, destacou o missionário.

Apesar da ameaça iminente de guerra, Daniel garantiu que o trabalho a frente da CRFR irá continuar. “Nos últimos 20 anos, nosso foco tem sido fornecer programação cristã para pessoas em toda a Rússia e nas ex-repúblicas soviéticas”, disse ele. “Este é um grande momento para a igreja na Ucrânia ser forte e ser um exemplo e testemunha de Cristo. (Gospel Mais)

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