A subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Senhor do Bonfim repudiou a ação de policiais militares durante a guerra de espada realizada no município baiano durante a festa de São João. Uma estudante que participava da festa, mas não estava na guerra de espada, foi atingida no olho por uma bala de borracha disparada por um PM e perdeu o globo ocular. De acordo com o secretário-geral da Ordem em Senhor do Bonfim, Gabriel Lacerda, o incidente ocorreu na noite de 23 de junho. Ele diz que, na tarde do mesmo dia, cerca de 10 viaturas da PM desfilaram pela cidade numa tentativa de “intimidar a população”. “Quando um folião soltou uma espada, os policiais em atitude completamente desproporcional começaram a atirar balas de borracha contra as pessoas. Haviam muitas crianças e uma dessas balas atingiu o olho da estudante, que estava em uma charanga e nem participava da guerra”, disse Gabriel Lacerda. Indignada com a atitude da corporação, a população local procurou a subseção da OAB. “Vamos trabalhar para que o caso seja apurado e os responsáveis devidamente punidos. O que aconteceu lá foi péssimo inclusive para a imagem da cidade”, frisou. O secretário-geral da OAB em Senhor do Bonfim explicou ainda que desde 2017 o magistrado da cidade criou uma norma elevando a espada pirotécnica à categoria de arma de fogo e proibindo a guerra de fogos. No entanto, a regra não vinha sendo seguida e não houve qualquer tipo de repressão policial até este ano.Segundo Gabriel Lacerda, a medida do magistrado foi equivocada, uma vez que foi utilizado como parâmetro a guerra de espadas da cidade de Cruz das Almas. Ele frisou que a guerra de Senhor do Bonfim é feita em apenas na noite do dia 23 de junho e em local específico. “A população é informada, não há danos ao patrimônio público e as espadas não são tocadas em qualquer lugar”, concluiu. (Bahia Notícias)