Em audiência na Câmara na tarde desta terça-feira (2), o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) atacou o site The Intercept Brasil ao afirmar ter a “impressão” de que os autores das reportagens sobre conversas vazadas da Lava Jato tentaram forçar a expedição de um mandado de busca e apreensão.
Na ocasião, o ex-juiz federal justificou o raciocínio com a tese de que o portal buscaria se colocar na mídia como uma “vítima” ou “mártir da imprensa”.
“Esse mesmo site, no dia 13 de junho, divulgou mensagens sem qualquer espécie de consulta prévia, um expediente em jornalismo um tanto quanto reprovável. Fiquei com a impressão que o site queria que fosse ordenada uma busca e apreensão, talvez por aparentar uma espécie de vítima, um mártir da imprensa ou coisa parecida”, declarou o ex-juiz da Lava Jato em Curitiba ouvido nesta tarde na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
É a segunda vez que ele vai ao Congresso para prestar esclarecimentos sobre o episódio dos diálogos entre ele e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato. As mensagens indicam que o ex-magistrado pode ter agido com parcialidade na condução de ações penais.
Após a fala de Moro, o jornalista Glenn Greenwald, cofundador e um dos autores das reportagens do site The Intercept Brasil, postou em seu Twitter que as ameaças de Moro não intimidarão o veículo.
“Nenhuma intimidação ou ameaça interromperá as reportagens. Ameaças do estado só servem para expor seu verdadeiro rosto: abuso do poder – e por que eles precisam de transparência de uma imprensa livre”, escreveu. (Bahia.Ba)