Sobre o empréstimo de R$ 45 milhões da prefeitura para Feira de SAJ, Cuiuba revela: “Ainda não foi colocado nem sequer uma pedra, e já estamos pagando juros”

“Depois desse lançamento apresentou uma licitação onde foi pago um valor estimado de R$ 700 mil reais para fazer o estudo da feira. Vamos rasgar ele agora?”

Foto: Voz da Bahia

O Voz da Bahia entrevistou o vereador da cidade de Santo Antônio de Jesus, Luciano Moura, popular Cuiuba (PSD), que falou sobre as discussões acaloradas na Câmara de Vereadores na última segunda (28), mais precisamente sobre o empréstimo de R$ 45 milhões que a prefeitura foi autorizada a contrair junto a Caixa Econômica, a princípio, para a construção da Feira Livre da cidade.

Inicialmente, o vereador foi questionado durante o programa Meio-Dia e Meia, sobre as condições que o município tem de honrar com o pagamento desse empréstimo sem comprometer os serviços essenciais, “algo que começa errado é difícil dar certo. A prefeitura quis tomar esse empréstimo de forma açodada. Eles tiveram que cumprir requisitos que eles atropelaram para conseguir, não era só ter a maioria na Câmara, eles tinham que acatar às exigências. A justiça pediu que eles cumprissem, eles foram autorizaram e tomaram o empréstimo que falaram inicialmente que seria usado exclusivamente para a Feira Livre de Santo Antônio de Jesus. Naquele momento, fomos contra que o empréstimo fosse exclusivamente para um único equipamento. Depois de um ano que eles conseguiram tomar a autorização, eles mandam para a Casa legislativa um projeto de modificação, remanejamento dos valores”, declarou.

Cuiuba lembrou ainda um evento que foi realizado na Feira Livre da cidade, após a justiça autorizar a prefeitura a tomar o empréstimo de R$ 45 milhões onde foi assinado uma ordem de serviço para a construção do equipamento, “teve um lançamento na Feira, onde o prefeito assinou a ordem de serviço, para iniciá-la. Depois desse lançamento apresentou uma licitação onde foi pago um valor estimado de R$ 700 mil reais para fazer o estudo da feira. Após um ano, eles mandam um documento para a Câmara para que esse valor seja remanejado e poder ser utilizado para outras áreas. Será que é justo remanejar um valor, sem que se dê uma única explicação na Câmara de Vereadores? Vamos dizer o que para os feirantes? O valor que foi pago de R$ 700 mil, vamos rasgar ele agora? Não sou contra que utilize o recurso em outra pasta, o que sou contra é que enviem um projeto de movimentação de alteração financeira dentro de um valor do empréstimo, e que a prefeitura não tem a ombridade de ir à Câmara de Vereadores para esclarecer. Tenham humildade. Ainda não foi colocado uma pedra na cidade, mas já estamos pagando juros desse valor que nem uma obra foi feita ainda”, falou.

Considerando que a parcela do empréstimo já está em posse da gestão, Cuiuba especulou os motivos da administração ainda não ter feito nada com o recurso, “a primeira parcela já caiu na conta, é ineficiência da prefeitura que não executou e nem licitou nada. No meio do caminho estão querendo mudar. Eu ouvi um depoimento da Secretária de Administração, Luciene Pinto que afirmou em uma entrevista que os vereadores não teriam a coragem de ficar contra esse projeto. Isso é a parte política e o que cabe a ela é fazer a técnica, onde todos tem dúvida e convocaremos a senhora que vá à Câmara de Vereadores para explicar isso, porque não foi colocado ‘um prego na barra de sabão’. A parte política é muito bom ser dita, o que eu não aceitarei, não colocarei nas minhas costas, não vou fazer parte, eu vereador Cuiuba não aprovarei uma modificação de valores sem sequer que seja discutido esse tema, e sem responder onde para onde serão destinados esses recursos? Não aceitarei que passe um projeto de tal importância, onde aflige o erário e manutenção das despesas fixas do município”, declarou.

O vereador aproveitou para criticar o prefeito Genival Deolino (PSDB), afirmando que o mesmo não conhecimento técnico para trabalhar como gestor da cidade, “se o administrador não sair candidato a reeleição ou não for reeleito, dentro dessa gestão dele, não vai pagar nenhuma parcela desse empréstimo. Fazer obra de impacto visual com dinheiro tomado de empréstimo, qualquer gestor faz. Quero ver é economizar dinheiro da fonte 00 para fazer obras ou algum serviço com recurso próprio. O prefeito não teve capacidade técnica para isso”, pontuou.

Assista a entrevista completa abaixo:

Reportagem: Voz da Bahia

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