Últimos momentos de Cazuza: conversão e encontro com Cristo; segundo produtor musical conta

Cazuza. (Foto: Reprodução/YouTube/Cazuza)

Agenor de Miranda Araújo Neto, conhecido Cazuza, um dos ícones da música popular brasileira durante o movimento da Tropicália, se tornou um símbolo de arte, ousadia e pensamento para milhões de pessoas daquela época. No entanto, ao longo dos anos, algumas facetas de sua vida pessoal e espiritual ficaram à margem do grande público, especialmente em relação à sua conversão religiosa nos momentos finais de sua vida.

Em uma recente participação no podcast Balaio, o produtor musical Márcio Teixeira, autor do livro “Música e Mistério: o Divino, o Profano e a Busca pela Verdade Além das Notas”, revelou detalhes sobre os últimos dias de Cazuza, que faleceu em 7 de julho de 1990, vítima de complicações da AIDS. Teixeira compartilhou informações que, segundo ele, foram ignoradas pela grande mídia: a conversão de Cazuza à fé cristã, pouco antes de sua morte.

De acordo com Teixeira, uma enfermeira que cuidou de Cazuza em seus últimos dias foi fundamental para o processo de sua conversão. A profissional, descrita como uma “serva de Deus”, teria levado ao cantor o conforto espiritual nos dias mais difíceis de sua doença. O produtor musical acredita que a mídia, ao preservar a imagem de Cazuza como um “revolucionário” e símbolo de uma geração de contestação, não quis divulgar essa faceta religiosa de sua vida.

Teixeira afirmou que, durante esse período, Cazuza começou a ler algumas Bíblias enviadas por seus fãs, que chegavam até ele pelo correio. Segundo o produtor, foi quando o cantor se deparou com a história do ladrão na cruz, personagem bíblico que, mesmo na hora de sua morte, se arrependeu e foi perdoado por Jesus. Cazuza, em seu leito de morte, teria se identificado com o ladrão arrependido e encontrado uma nova perspectiva sobre a vida e a salvação.

“Quando ele se viu no dia de prestar contas… Deus deu a graça de levar uma enfermeira que era cheia do poder de Deus”, disse Teixeira, destacando a transformação espiritual de Cazuza, que, em seus últimos momentos, encontrou conforto e fé.

A história, embora pouco conhecida, foi corroborada por um seguidor do podcast, que comentou no perfil do Instagram do Balaio que a enfermeira, chamada Ana, realmente cuidou de Cazuza. O internauta, fã de longa data do cantor, reforçou a veracidade do relato e criticou o preconceito que, segundo ele, contribuiu para que essa parte da vida de Cazuza fosse mantida em segredo.

Cazuza, com seu estilo irreverente e suas letras marcantes, foi sempre visto como um ícone da rebeldia. Sua morte precoce, aos 32 anos, deixou uma marca profunda na música brasileira. Contudo, a descoberta de sua conversão religiosa nos últimos dias de vida adiciona uma camada nova à sua história, mostrando que, mesmo nos momentos finais, ele encontrou um caminho de fé que não foi amplamente divulgado.

Com o passar dos anos, a história de Cazuza continua a ser reverenciada, e agora, com esse novo capítulo revelado por Teixeira, a figura do cantor se torna ainda mais complexa e cheia de nuances, refletindo o encontro entre o divino e o profano na vida de um dos maiores nomes da música brasileira.

Por Will R. Filho / Gospel Mais

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