Um sol criança expelindo matéria em forma de jatos: James Webb capta imagem ‘inédita’ de nova estrela

Imagem da estrela Herbig-Haro 211 tem uma nitidez sem precedentes em comparação com as anteriores.

Foto: Reprodução/ESA/Webb, NASA, CSA, T. Ray

O supertelescópio espacial James Webb captou uma imagem curiosa que poderia ser traduzida da seguinte maneira: ela mostra uma estrela jovem, equivalente ao que seria o nosso sol quando era apenas uma ‘criança’, expelindo matéria em forma de dois jatos em direção oposta.

A imagem pode ser considerada inédita porque a resolução do registro é cerca de 5 a 10 vezes maior do que qualquer imagem anterior desse astro, batizado de HH 21.

Os jatos, que também podem ser chamados de bipolares por serem dois e se moverem em direções opostas, são fenômenos observados ao redor de estrelas jovens ou de núcleos de galáxias. Eles são formados por material ejetado a velocidades muito altas, formando uma estrutura alongada.

🌠Chamado de Herbig-Haro 211 (HH 211), esse objeto estelar está a cerca de 1.000 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Perseu.
🌟Os Herbig-Haro são regiões luminosas ao redor de estrelas recém-nascidas, formados quando ventos estelares ou jatos de gás expelidos por essas estrelas causam ondas, que colidem em alta velocidade.
🌌O jato bipolar viaja pelo espaço interestelar em velocidade supersônica e é um dos fluxos protoestelares mais jovens e mais próximos.
De acordo com os astrônomos, o HH211 pode ser citado como equivalente ao nosso Sol quando era “criança” por ter apenas algumas dezenas de milhares de anos e uma massa de apenas 8% do que o nosso Sol possui atualmente.

“Esses jatos de matéria conseguem atingir centenas de milhares de anos de distância. E não sabe se exatamente como eles são formados, mas há muitas evidências de que os campos magnéticos têm um papel muito importante nessa formação desses jatos. Vemos jatos em protoestrelas, em estrelas de nêutron, e em buracos negros”, explica a astrofísica Roberta Duarte.

Segundo a NASA, as estruturas de saída da parte interna do HH211 atingem uma velocidade entre 80 e 100 quilômetros por segundo.
Ainda de acordo com a agência aeroespacial, a imagem é uma excelente oportunidade de estudar estrelas recém-nascidas e seus fluxos.

Por emitir luz infravermelha, tipo de onda que é capturada pelo Webb, esse objeto é ideal para ser observado e mapeado por meio dos instrumentos do supertelescópio. Esta pode ser considerada a imagem mais nítida do HH211 já registrada.

Ela pode sim se tornar uma estrela como o Sol. Essa mistura tá se formando ainda, tem chão para ela começar a ser uma estrela de fato e ser como o Sol.
— Roberta Duarte, astrofísica

(g1)

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