Vereadores identificam exames transvaginais em homens pagos pela prefeitura de Formosa do Rio Preto

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Formosa do Rio Preto ainda nesta quinta-feira (23), mas não obteve respostas.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Parlamentares de Formosa do Rio Preto, na região da Bacia do Rio Grande, revelaram, na sessão plenária desta terça-feira (23), documentos que registram a aprovação de exames transvaginais para cerca de 10 cidadãos identificados como homens cisgênero. Na ocasião, o líder do governo na Câmara, o vereador Sandoval Queiroz confirmou a veracidade das acusações e lamentou: “Acontece que não é mentira”.

Em imagens divulgadas nas redes sociais, ele define o caso como “um absurdo” e ressalta que, em contato com o secretário de Saúde, João Rocha Mascarenhas, o gestor validou os documentos apresentados. “É uma falta, até mesmo. Se nasceu de um erro de um funcionário, eu acredito que é uma falta de respeito”, e completa: “Eu achei que era fake news, mas eu procurei até o secretário de Saúde e ele disse que era real. A desculpa a gente só não vai descobrir se não quiser, a gente não pode fazer vista grossa”.

Ao Bahia Notícias, a vereadora Manuela Rocha, uma dos quatro legisladores que revelaram o ocorrido, afirma que os dados foram retirados da planilha de prestação de contas do município, enviada ao Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia (TCM-BA), referente ao ano de 2022. “Essa lista está no processo de prestação de contas, já no e-TCM, o sistema eletrônico do Tribunal de Contas dos Municípios. Quando fomos verificar a lista, com o selo do TCM a gente viu , não é uma, nem duas, são vários exames faturados em nome de homens.”

A parlamentar afirma ainda que os processos anteriores estão sendo avaliados para investigar outros possíveis casos de irregularidades. “A gente está preparando a documentação, pois como são recursos que envolvem verba federal, estadual e municipal, vamos encaminhar para os órgãos competentes para que seja apurado no Ministério Público Federal, Corregedoria Geral da União e Tribunal de Contas […] para realmente ver o que estava acontecendo”. Ela afirma ainda que o caso gera mais “estranheza” já que esse tipo de exame tem oferta limitada para a população.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Formosa do Rio Preto ainda nesta quinta-feira (23), mas não obteve respostas. (BN)

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