O Voz da Bahia entrevistou nesta segunda-feira (31), no programa das 12h30, o pré-candidato ao Governo do Estado, pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista), José Estevão, que falou sobre sua chapa e as expectativas para a disputa eleitoral, mesmo indo de modo adverso do desejo do presidente estadual da sua legenda.
Inicialmente, Estevão se posicionou contrário a decisão do PDT, presidido na Bahia por Felix Mendonça Júnior, em vir apoiar o pré-candidato ao Governo do Estado, ACM Neto (DEM), ele não negou um racha da legenda e ressaltou que os partidos políticos estão na mão de grupos que conviveram na infância, “que passam de pais para filhos e para netos. O PDT da Bahia não pode estar a restrito a um único homem, que é o senhor Félix Mendonça. Hoje, o PDT tem dois grupos: o da caneta, comandado por Félix, o PDT do cartório, e o PDT político, da base. Essa base ao qual escolhi há quase dois anos, formando um plano de governo, dirigindo as propostas e trazendo a sociedade para discussão. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, nos recebeu no Rio de Janeiro e disse que o partido tem uma promessa a nível nacional com o DEM, para o DEM apoiar o presidenciável Ciro Gomes. Se isso acontecer, nas palavras do presidente Lupi, não terá mais discussão e o PDT irá apoiar ACM Neto. Mas isso não vem acontecendo, preparem uma chapa, porque todo e qualquer associado tem direito a postular”, desabafou.
O pré-candidato apontou ainda que Félix está atrás de cargos, seja eles no governo do PT, ou DEM, “a base do PDT não quer o partido a serviço das oligarquias. A base não o quer como legenda de ‘aluguel’. Félix Mendonça ocupou cargos no governo do PT por diversas vezes, hoje, ele volta com seu amigo de infância e passa a reter cargos da prefeitura municipal, aí, ele exclui da base partidária os deputados, anulando o voto do povo baiano, depois o da militância. Precisamos dizer que a Bahia tem 85% da população negra? O povo baiano não aguenta mais a fome, miséria, o número de pessoas nas ruas, analfabetos. A saúde está aí na mão deles, e ainda brigam pelo controle dela no Estado. Um grupo que saiu e quer voltar deixando todo um histórico de exclusão, outro grupo entrou e não foi capaz de tirar o povo da exclusão. Nós, estamos com um grupo de cidadãos, encabeçada aqui por um homem negro e com pessoas de todas as raças para unir a Bahia”, expôs.
Estevão afirmou também ao Voz da Bahia que não consegue um encontro com o presidente do partido, “o Félix não nos recebe. Quando ele chegou na legenda, eu já estava há 25 anos, ele tem 10 anos de partido, tenho 35. Fui até ele, me coloquei a disposição, falei que o partido tem um programa, um compromisso com o povo indígena, com as mulheres, com a educação e com o povo negro. Estou aqui para desenvolvermos compromissos partidários. Ele disse ‘está bom’, e nunca mais me procurou. Voltamos agora para falar sobre um programa de governo para a Bahia, ele me perguntou com desdém: ‘vocês vão fazer um programa pelo WhatsApp?‘. Na verdade, ele brincou com o sentimento dos homens simples da Bahia, que tem sonhos, isso não é exemplo de um cidadão que está a frente do PDT no estado”, declarou.
Reportagem: Voz da Bahia