Com três “estrangeiros”, secretariado de Jerônimo centraliza forças no PT, nos padrinhos políticos e reserva 33% do espaço a aliados

percentual de mulheres ficou em pouco menos de 30%.

Foto: Ascom/Jerônimo Rodrigues

O time do primeiro escalão do governador eleito da Bahia, Jerônimo Rodrigues, já foi montado. Incluindo a Chefia de Gabinete e a Procuradoria Geral do Estado (PGE), são 27 estruturas, a maioria dominada por indicações do PT e dos padrinhos políticos do próximo chefe do Executivo estadual. Além disso, 44% dos escalados são de Salvador e há três “estrangeiros” na lista, ou seja, nomes de outros estados. O percentual de mulheres ficou em pouco menos de 30%.

Entre filiados e não filiados, o PT e as principais lideranças da sigla no estado emplacaram 18 titulares, o dobro do que todos os partidos aliados somados, que ficaram com nove. As legendas que ganharam ou mantiveram pastas foram o PSD (2), MDB (2), PCdoB (2), PSB (1), Avante (1) e PV (1). Entre os petistas e aqueles de perfil mais técnico que não possuem filiação partidária estão quadros indicados pelo atual governador Rui Costa, pelo senador Jaques Wagner e da chamada cota pessoal de Jerônimo.

Nove nomes foram mantidos da gestão de Rui Costa, o equivalente a um percentual de 33%. Nessa lista estão o secretário da Comunicação, o jornalista André Curvello, que não é filiado a nenhum partido, e o titular da Administração, Edelvino Góes, integrante dos quadros do PT. Ambos são de Salvador.

As secretarias com maior orçamento, a Saúde e a Educação, ficaram com duas mulheres que também já trabalham no governo estadual, só que exercendo outras funções, e que foram indicadas a Jerônimo por Wagner e Rui Costa: a soteropolitana Roberta Santana e a itabunense Adélia Pinheiro, respectivamente. Elas estão atualmente na Saúde, sendo a primeira a chefe de gabinete e a segunda, que é médica e já foi secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, a titular da pasta.

Wagner emplacou dois assessores no secretariado: o jornalista e produtor Bruno Monteiro, que é de Porto Alegre (RS) e filiado ao PT; e a petista raiz dos movimentos sociais, sindicais e em favor do trabalhador do campo Elisângela dos Santos Araújo, natural de Valença e que concorreu a uma cadeira de deputada federal este ano, mas ficou na primeira suplência. O senador também indicou o enteado Eduardo Mendonça Martins, natural de Salvador e sem filiação partidária, para o Meio Ambiente.

Outro nome sem filiação partidária que goza da confiança tanto de Rui Costa quanto de Wagner e do próprio Jerônimo é o atual secretário da Fazenda, Manoel Vitória, natural de Salvador e que continua no posto. É o caso, ainda, de Luiz Caetano, petista de Camaçari mantido nas Relações Institucionais e que deverá ser um dos homens de confiança do futuro governador, como tem sido na transição.

Considerados como da cota pessoal de Jerônimo estão o futuro titular da Segurança Pública, o soteropolitano Marcelo Werner, e o próximo secretário de Justiça e Direitos Humanos, o feirense Felipe Freitas. Aliás, Feira de Santana emplacou três secretários: além de Felipe, tem os titulares das pastas de Desenvolvimento Econômico, o deputado estadual Angelo Almeida, único nome que o PSB emplacou, e da Saúde, já citada anteriormente.

Itabuna garantiu dois nomes no primeiro escalão de Jerônimo: Adélia Pinheiro, da Educação, e Davidson Magalhães, que vai permanecer à frente da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esportes, na cota do PCdoB. Além de Bruno Monteiro, são de fora da Bahia os titulares da Agricultura, deputado estadual Tum (de Petrolina, em Pernambuco), e do Desenvolvimento Urbano, a deputada estadual Jusmari Oliveira (de Pérola D´Oeste, Paraná).

Confira abaixo o perfil do primeiro escalão de Jerônimo levando em conta apenas a filiação partidária e o município de origem.

Justiça e Diretos Humanos
Felipe Freitas, natural de Feira de Santana (sem partido)

Segurança Pública
Marcelo Werner, natural de Salvador (sem partido)

Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais
Ângela Guimarães, natural de Salvador (PCdoB)

Meio Ambiente
Eduardo Sodré Martins, natural de Salvador (sem partido)

Desenvolvimento Rural
Osni Cardoso, natural de Serrinha (PT)

Infraestrutura Hídrica e Saneamento
Larissa Gomes Moraes, natural de Salvador (MDB)

Administração Penitenciária e Ressocialização
José Antônio Maia Gonçalves, natural de Salvador e mantido no cargo (MDB)

Procuradoria Geral do Estado – PGE
Bárbara Camardelli Loi, natural de Salvador (sem partido)

Chefia de Gabinete
Adolpho Loyola, natural de Itanhém (PT)

Casa Civil
Afonso Florence, natural de Salvador (PT)

Saúde
Roberta Santana, natural de Feira de Santana (sem partido)

Infraestrutura
Sérgio Brito, natural de Vitória da Conquista (PSD)

Fazenda
Manoel Vitório, natural de Salvador e mantido no cargo (sem partido)

Agricultura (Seagri)
Walison Torres, ou deputado Tum, de Petrolina, Pernambuco (Avante)

Educação
Adélia Pinheiro, natural de Itabuna (sem partido)

Relações Institucionais
Luiz Caetano, natural de Camaçari (PT)

Turismo
Maurício Bacellar, natural de Esplanada e mantido no cargo (PV)

Assistência e Desenvolvimento Social
Fabya Reis, natural de Itamaraju (PT)

Comunicação
André Curvelo, natural de Salvador e mantido no cargo (sem partido)

Desenvolvimento Econômico
Deputado Ângelo Almeida, de Feira de Santana (PSB)

Política para as Mulheres
Elisângela dos Santos Araújo, de Valença (PT)

Desenvolvimento Urbano
Deputada Jusmari Oliveira, de Pérola d’Oeste, Paraná (PSD)

Cultura
Bruno Monteiro, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (PT)

Trabalho, Emprego, Renda e Esporte
Davidson Magalhães, de Itabuna e mantido no cargo (PCdoB)

Administração
Edelvino Góes, de Salvador e mantido no cargo (PT)

Ciência, Tecnologia e Inovação
André Joazeiro, de Salvador e mantido no cargo (sem partido)

Planejamento
Cláudio Peixoto, de Salvador e mantido no cargo (sem partido)

(política livre)

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