O parlamento sul-coreano aprovou, neste sábado (14), a destituição do presidente Yoon Suk-Yeol, em uma votação histórica que dividiu o Partido do Poder Popular (PPP) e contou com o apoio de membros do próprio partido do presidente.
O resultado final da Assembleia Nacional, que reuniu todos os 300 deputados, foi de 204 votos a favor da moção apresentada pela oposição, 85 contra, três abstenções e oito votos nulos.
A moção de destituição foi desencadeada pela declaração de lei marcial por Yoon em 3 de dezembro, medida considerada por muitos como uma violação da Constituição. Para a aprovação da moção, eram necessários pelo menos 200 votos a favor, e embora o voto fosse secreto, pelo menos 12 deputados do PPP precisavam apoiar a destituição para garantir a maioria de dois terços.
A incerteza sobre o resultado manteve-se até o final, com o PPP realizando uma reunião secreta de várias horas para decidir sua posição oficial.
Apesar da decisão do partido em não apoiar oficialmente a moção, sete deputados já haviam anunciado publicamente que votariam a favor da destituição. Isso gerou um resultado dividido internamente, com alguns deputados do PPP não alinhados com a posição oficial do partido.
Após a contagem dos votos, Yoon foi imediatamente desqualificado, e o primeiro-ministro Han Duck-soo assume o cargo de Chefe de Estado e governo interino, aguardando uma decisão do Tribunal Constitucional no prazo de 180 dias sobre a constitucionalidade da ação de Yoon.
Este é um momento significativo na política sul-coreana, que remonta a outras situações de destituições presidenciais, como a de Park Geun-hye em 2017 e Roh Moo-hyun em 2004.
Se o Tribunal Constitucional decidir que Yoon violou a Constituição, ele se tornará o segundo presidente em exercício a ser desqualificado em democracia na Coreia do Sul.
Do lado de fora da Assembleia Nacional, em Seul, milhares de manifestantes celebraram a aprovação da destituição de Yoon, clamando por mudanças e destacando a insatisfação com sua administração.
A decisão de destituir o presidente reflete a profunda polarização política no país e a luta entre conservadores e liberais por uma direção futura para a Coreia do Sul.