Indústria baiana tem aumento em valor e produtividade, mas perde empregos

De 2019 para 2020, o tamanho do setor industrial voltou a crescer na Bahia, após dois anos seguidos de queda no número de unidades locais. Por outro lado, o total de pessoas ocupadas recuou pelo segundo ano consecutivo.

Também houve, no período, alta nominal (sem considerar o fato preços) no valor gerado pela indústria no estado (uma aproximação da contribuição para o PIB). Isso levou a um avanço também na produtividade industrial (valor gerado por pessoa ocupada), que atingiu seu recorde em 13 anos, desde o início da nova série histórica da Pesquisa Industrial Anual do IBGE (PIA-Empresa), em 2007.

No primeiro ano de pandemia, estavam ativas em toda a Bahia 5.576 unidades locais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas, um número 4,1% maior do que em 2019 (5.358), o que representou um saldo de mais 218 unidades industriais em funcionamento, em um ano.

Esse saldo positivo da Bahia foi o 3º maior crescimento absoluto no número de unidades locais entre 2019 e 2020, inferior apenas aos registrados em Santa Catarina (+457) e Rio de Janeiro (+285).

Ainda assim, o número de unidades locais na Bahia em 2020 era 6,6% menor que o de 2014, quando o estado teve o seu recorde de 5.973 unidades industriais em atividade.

Com esse crescimento entre 2019 e 2020, a Bahia subiu de nono para oitavo estado em número de unidades locais de empresas industriais do país, voltando a ultrapassar o Ceará (4.962), e retomando a liderança do Nordeste no indicador.

Em 2020, a Bahia respondia por 3,1% das 181.689 unidades locais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas em atividade em todo o Brasil. São Paulo (29,1%), Minas Gerais (12,4%) e Santa Catarina (10,5%) tinham as maiores participações.

No país como um todo, houve queda no número de unidades locais industriais entre 2019 e 2020, de 183.805 para 181.689 (-1,2% ou menos 2.116 em números absolutos), com reduções em 13 das 27 unidades da Federação.

As unidades fabris em atividade na Bahia, em 2020, empregavam 215.000 pessoas, um contingente 0,5% menor (menos 1.010 trabalhadores) do que o existente em 2019 (216.010 pessoas ocupadas). Foi a segunda queda anula seguida no emprego industrial no estado.

Com o resultado negativo em 2020, o emprego industrial na Bahia se distanciou ainda mais da realidade de 2011, quando o estado havia registrado o maior contingente de pessoas ocupadas no setor (246.721 pessoas), ficando num patamar 12,9% menor, com menos 31.721 trabalhadores em nove anos.

No país como um todo, o número de pessoas empregadas nas unidades locais industriais cresceu 0,7% entre 2019 e 2020, de 7,144 milhões para 7,196 milhões de pessoas (mais 51.952). Houve alta em 17 dos 27 estados.

Com o aumento do número de empresas, de 2019 para 2020 o valor da transformação industrial (VTI), ou seja, o valor líquido gerado pelas unidades locais industriais, descontados os custos de produção (uma aproximação do valor agregado pela indústria ao PIB), voltou a ter crescimento nominal (sem considerar a variação de preços no período) na Bahia – após haver registrado queda entre 2018 e 2019.

A indústria baiana gerou um VTI de R$ 56,888 bilhões em 2020, 5,4% maior do que no ano anterior (mais R$ 2,923 milhões).

Nesse período, a Bahia manteve o oitavo maior valor de transformação industrial do país. A indústria baiana respondia, em 2020, por 3,8% do valor gerado pelo setor nacionalmente, que foi de R$ 1,514 trilhão, 9,9% superior ao de 2019.

Em 2020, São Paulo respondia por quase um terço do total gerado pelas unidades locais industriais em atividade no Brasil (30,4%). Em seguida vinham Minas Gerais (12,5%) e Rio de Janeiro (11,0%). (Bahia.ba)

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