A cantora Ana Paula Valadão e o pastor Silas Malafaia protagonizaram uma intensa discussão nas redes sociais por conta do impasse que se estabeleceu em torno da suspensão dos cultos durante a pandemia de coronavírus.
Atualmente vivendo nos Estados Unidos – onde lidera ao lado do marido uma filial da Igreja Batista da Lagoinha, denominada Before The Throne Church, em Boca Raton, Flórida -, Ana Paula Valadão expressou sua indignação com a postura de muitos líderes evangélicos que se recusavam a fechar os templos no período em que as autoridades tentam conter o avanço do coronavírus (veja aqui).
“Nós temos uma responsabilidade para com as pessoas que nos ouvem. Quero dizer aqui: pastores, líderes, não importa o título eclesiástico que essa pessoa tem, se estão dizendo que você deve ir à casa de Deus porque lá é o lugar do socorro de Deus, se não estão cancelando as reuniões, os ajuntamentos, minha gente, por misericórdia, não sigam as instruções desses líderes. Nós somos chamados a uma fé racional, sensata”, disse a líder do Diante do Trono em sua conta no Instagram.
A referência indireta a Silas Malafaia ficou evidente com a citação à compreensão de que a igreja é o lugar de socorro, termo que o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) usou em seus vídeos para justificar sua postura até aquele momento. “O meu temor é que os crentes hoje, na nossa geração, sejam os propagadores desse vírus não obedecendo as recomendações básicas de saúde”, afirmou Ana Paula Valadão. “Me pergunto: por quê será que líderes não estão querendo cancelar suas reuniões? Estão com medo de que, gente? Todo mundo vai sofrer com a recessão econômica que está vindo. Está com medo de perder o que, arrecadação financeira? Eu venho aqui denunciar isso, e repreender sobre você que é ovelha, esse jugo”, acrescentou.
Confira:
RESPOSTA:
Silas Malafaia não ignorou as críticas e especulação de que sua orientação tivesse como interesse manter a arrecadação da igreja com dízimos e ofertas, e gravou um vídeo – visivelmente irritado – para rebater as palavras da cantora e pastora.
“Quero dar uma resposta a acusações levianas e inescrupulosas contra líderes evangélicos de gente do próprio meio evangélico. Eu começo mostrando a asneira teológica de quem falou, dizendo que “a fé é racional”. Está precisando estudar a Bíblia. A fé não é racional, é transcendental. O que é racional é o culto, isto é, eu presto culto no domínio da minha vontade”, disse.
“A fé é transcendental. II Coríntios 5:7, o apóstolo Paulo diz “não ando por vista, mas por fé”, porque a fé pertence ao mundo do transcendente e não da lógica”, reiterou o pastor, sem citar o nome de Ana Paula Valadão, com quem ele já tinha rusgas no passado por conta do posicionamento titubeante da artista em maio de 2011, quando o STF reconheceu a união civil homossexual.
“Gente que é famosa no meio da igreja evangélica, porque tem milhões de seguidores, se julga autoridade espiritual e voz profética pra vir esculhambar e desmerecer palavras de líderes. A pessoa não obedece nem a cadeia de autoridade a que ela está submetida. Porque se ela obedecesse, respeitava seu pai, que não entra nisso e não concorda com essas asneiras – um santo e grande homem de Deus. Nem obedecer uma cadeia de autoridade, obedece”, disparou o pastor.
“A acusação inescrupulosa e leviana, dizendo que está denunciando que pastor não quer fechar igreja por causa de arrecadação. Aqui é o limite. Deixa eu falar uma coisa: se tem uma igreja moderna em tecnologia de dízimo e oferta por online é a minha. Não estou preocupado com isso. Agora, quem está falando isso não tem moral para falar. Sabe por que? Porque passou a vida cobrando cachês milionários das igrejas, para cantar, e vive nababescamente nos Estados Unidos […] Ninguém está mandando crente ir para a igreja, obrigando crente ir para a igreja”, defendeu-se.
ASSISTA: