Mulheres não devem liderar ministérios e entidades ligadas a igrejas, diz teólogo Piper

Em seu podcast, afirmou que essa proibição bíblica se aplica também a entidades paraeclesiásticas, como entidades missionárias ou projetos sociais, por exemplo.

John Piper é um dos grandes teólogos cristãos de renome mundial que vem usando sua voz e seu tempo a alertar sobre os erros cometidos por igrejas que ordenam mulheres ao ministério pastoral.

Em seu podcast, afirmou que essa proibição bíblica se aplica também a entidades paraeclesiásticas, como entidades missionárias ou projetos sociais, por exemplo.

O assunto foi tema do “Ask Pastor John” após uma pergunta envida por um ouvinte: “Trabalho para uma organização paraeclesiástica global que é bem conhecida. Recentemente, nossa liderança decidiu que todas as posições de liderança dentro da organização serão abertas para mulheres. Isso inclui liderança de campus, liderança regional e liderança nacional”, introduziu.

“Anteriormente, essas posições de autoridade espiritual sobre os homens eram reservadas apenas aos homens. A razão dada para essa mudança é que uma organização paraeclesiástica não é a igreja. Portanto, os mandamentos dirigidos às igrejas sobre o papel de homens e mulheres em relação a um outro não se aplica neste caso. Como você vê isso?”, questionou.

John Piper disse que era “triste ouvir” a decisão do ministério e considerou a mudança um exemplo de rejeição às “diferenças ordenadas por Deus” entre homens e mulheres para ceder a “pressões culturais e sociais”.

“A cultura como um todo está em queda livre de negação. Ninguém nesta queda livre está de paraquedas. Tudo vai acabar tragicamente, cujas evidências estão ao nosso redor”, lamentou o pastor.

“Uma pessoa que se levanta e chama a atenção para a Palavra de Deus ou para o ensinamento da natureza e questiona a sabedoria dos papéis sexuais indiferenciados não será apenas considerada tola, mas também injusta e, muito provavelmente, tolerante com o abuso, embora o tempo todo os impulsos igualitários de nivelamento de sexo causem estragos em todos os níveis de nossa cultura”, acrescentou.

Para conceituar seu posicionamento, ele citou I Timóteo 2:12-14: “Não permito que uma mulher ensine ou assuma autoridade sobre um homem; ela deve ficar quieta. Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva. E Adão não foi o único enganado; foi a mulher que foi enganada e tornou-se uma pecadora”.

“Paulo viu no relato de Gênesis que a palavra de Deus que foi incorporada à criação desde o início, antes da queda, era uma responsabilidade peculiar dos homens de carregar o fardo da liderança e cuidado”, comentou. “O fato de Paulo ter dado instruções sobre como esse projeto original se relaciona com a Igreja de forma alguma implica que ele esteja limitado à igreja ou ao lar. Essa foi uma aplicação dentre muitas”.

No contexto paraeclesiástico, com entidades que cumprem o papel de serem um braço das igrejas em outras áreas, John Piper acredita que o apóstolo Paulo manteria a mesma lógica: “Moisés ensinou [e] a natureza ensina que vai contra a natureza mais verdadeira e dada por Deus do homem e da mulher colocar uma mulher em um papel de liderança regular, direta e pessoal sobre homens”.

Mulheres e ministério

Esse posicionamento teológico e doutrinário não é uma exclusividade de denominações tradicionais, como Batistas e Presbiterianos. A maioria das Assembleias de Deus no Brasil também adotam a mesma interpretação.

Em 2012, o conceituado teólogo pentecostal Antônio Gilberto, também pastor, publicou extenso artigo pontuando os motivos de o ministério feminino não poder ser considerado bíblico, e alertou: “É a igreja a culpada e a igreja vai prestar conta disso. A igreja que eu digo não é a igreja o prédio, os responsáveis vão prestar conta disso. Jesus nunca ordenou mulheres”.

Nos Estados Unidos, a Convenção Batista do Sul – a maior denominação evangélica do país – está no centro das atenções depois de excluir igrejas que ordenaram mulheres ao ministério pastoral, incluindo a megaigreja Saddleback, da Califórnia, fundada por Rick Warren.

Além disso, os membros da convenção aprovaram uma medida que impede que mulheres sirvam como “pastores de qualquer tipo”, já que a denominação está um passo mais perto de solidificar a regra como uma emenda constitucional, de acordo com informações do portal The Christian Post.(noticiasgospel)

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