Margaret Harris, epidemiologista da OMS, destacou que doença recebeu esse nome apenas porque foi primeiramente identificada em macacos. Organização também estuda mudança de nome da monkeypox.
Porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), a epidemiologista Margaret Harris informou nesta terça-feira (9) que o atual surto de varíola dos macacos – que ocorre em diversos países do mundo – representa um risco de transmissão que vem de humanos e con
denou ataques a animais.
“A transmissão que estamos vendo agora com o grande surto de varíola dos macacos é uma transmissão de pessoa para pessoa. O vírus está em alguns animais, e vemos um salto para os humanos, mas não é isso que estamos vendo agora. O risco de transmissão vem de outro ser humano”, afirmou a especialista.
Como mostrou na segunda-feira (8) o Jornal Nacional, em menos de uma semana, sete macacos foram resgatados em áreas de mata em Rio Preto (SP) com sinais de possível intoxicação. Um outro animal também foi encontrado morto no local.
A suspeita é que esses animais tenham sido envenenados depois da confirmação de três casos positivos da varíola dos macacos na cidade, apesar de o atual surto não ter relação nenhuma com os primatas.
Harris informou ainda que a preocupação atual sobre a doença deve se concentrar no fato de que a varíola dos macacos está sendo transmitido na população humana e o que os humanos devem se atentar a medidas sanitárias de proteção ao vírus.
“Certamente, [a preocupação atual] não deveria ser sobre ataques a nenhum animal”, alertou.
A especialista destacou ainda que a maneira como a transmissão pode ser interrompida atualmente é justamente se as pessoas tomarem precauções para evitar essa transmissão, procurando ajuda médica no reconhecimento dos sintomas característicos da doença.
“Então não estigmatize nenhum animal ou qualquer ser humano porque se você fizer isso, teremos um surto muito maior”, acrescentou.
A OMS está atualmente avaliando junto com especialistas adotar um novo nome para a varíola dos macacos, depois que cientistas escreveram uma carta à organização solicitando uma nova nomenclatura “que não seja discriminatória nem estigmatizante”.
Sobre isso, a epidemiologista da OMS acrescentou que o trabalho atual da organização está em andamento, mas não estabeleceu uma data exata para a definição do novo nome.
“Há muito trabalho e teremos alguns anúncios em breve”, pontuou.
Atualmente, segundo o último balanço do Ministério da Saúde, o Brasil já contabiliza 2.004 casos confirmados de varíola dos macacos (monkeypox). (G1)