Começou em altíssima rotação o derradeiro show de Milton Nascimento no Mineirão. A última sessão de música, que encerra na noite deste domingo (13/11) a trajetória do cantor e compositor mineiro nos palcos teve início bem antes de ele subir ao palco.
O público de 55 mil pessoas que domina o estádio cantou com Gal Costa vários de seus sucessos: “Dê um rolê”, “Pérola negra” e “Paula e Bebeto” evocaram nas caixas de som em uma homenagem à cantora morte na última quarta-feira (9/11) aos 77 anos. Uma fotografia dele abraçada a Milton foi exposta nos dois telões desde a tarde deste domingo.
Na entrada do estádio, o público recebeu um cartaz com os dizeres “Obrigado, Bituca”. O show deste domingo é o trigésimo sétimo de uma temporada iniciada em junho, no Rio de Janeiro.
“Me considero o mais mineiro dos cariocas”, afirmou Milton em vídeo que abriu o show, às 19h. Na apresentação, Bituca – “que é como gosto de ser chamado” – repassa sua trajetória.
Fala de amigos, dos parceiros e do Clube da Esquina. “Me tornei cidadão do mundo sem deixar de ser brasileiro”, disse ele, quando foi ovacionado pela plateia.
“Este show é dedicado à minha querida Gal Costa”, disse, Milton, após interpretar “Ponta de Areia” e na primeira vez em que se dirigiu ao público.
“Agora eu sou eu”, diz Milton, depois de retirarem o manto e, de boina e óculos escuros, ele falar do “amor da minha vida”. Referia-se a Elis Regina, que gravou (e eternizou) “Canção do sal” e “Morro velho”, as músicas do início de carreira que marcam o começo do show.
Zé Ibarra, que fez o show de abertura, dividiu com Milton outra canção do grupo primeira fase de sua carreira, “Outubro”.
Surpresas foram prometidas para o último show. A primeira apareceu na primeira meia hora da apresentação. Milton cantou “Amor de índio”, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, canção que não integra o repertório oficial da turnê.
Milton citou o reconhecimento do disco “Clube da esquina” e anunciou a presença no palco de Toninho Horta, Wagner Tiso, Beto Guedes e Lô Borges. Contendo com alguma dificuldade o choro, Bituca cantou com o quarteto “Para Lennon e McCartney”.
A plateia acompanhou iluminando o estádio com luzes verdes e lanternas de celulares, num dos momentos mais emocionantes da noite.
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Estado de Minas por Mariana Peixoto