O governo federal alterou nesta quarta-feira, 17, a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para alta de 10,04% em 2021, segundo dados publicados no Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE). O indicador é utilizado como referência ao pagamento de benefícios, como o salário mínimo e as pensões do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Se o cálculo for mantido, o piso salarial em 2022 deverá ser reajustado para R$ 1.210,44, acima do valor proposto pela União no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) encaminhada ao Congresso no fim de agosto. À época, o governo federal estimava alta de 6,2% do INPC, o que elevaria o salário mínimo para R$ 1.169 — sem ganho real, ou seja, reajustado apenas pela variação da inflação. Atualmente, o piso salarial é de R$ 1.100. Caso seja confirmado, será o terceiro ano consecutivo que o aumento do salário mínimo é limitado apenas ao reajuste inflacionário. A mudança deve trazer ainda mais pressão ao teto de gastos em meio ao aumento das despesas para o ano que vem. “Continuamos a respeitar e manter o teto de gastos como peça chave para o processo de consolidação fiscal”, afirmou o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida.
O Ministério da Economia revisou para baixo a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e aumentou a estimativa para a inflação em 2021 e 2022. A estimativa para a expansão da economia passou para 5,1% neste ano, ante previsão de 5,3% divulgada em setembro. Para 2022, a equipe econômica espera que o PIB avance 2,1%, ante alta de 2,5% projetada anteriormente. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial da inflação brasileira, o Ministério da Economia projeta avanço 9,7% em 2021. No Boletim Macrofiscal divulgado em setembro, a previsão era de 7,9%. O BC tem meta inflacionária de 3,75% neste ano, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2,25% e 5,25%. Já para 2022, a equipe econômica estima que a inflação fique em 4,7%, ante projeção de 3,75%. No ano que vem, a autoridade monetária deve perseguir a meta de 3,5%, com variação entre 2% e 5%. Os dados estão em linha com o esperado pelo mercado financeiro. A previsão do Boletim Focus aponta para alta de 9,77% do IPCA neste ano, na 32ª semana seguida de revisão de baixo. Já para 2022, o mercado estima que o IPCA alcance 4,79%.