Com cinco anos de atraso, baianas aguardam fim de burocracia para revalidar título de patrimônio do estado

Foto: Elói Corrêa/GOVBA

Após 5 anos de espera, as baianas de acarajé finalmente começam a respirar aliviadas sobre o título como Patrimônio Imaterial da Bahia. O ofício, inscrito no Livro dos Saberes em 2005, precisava ser renovado desde 2015. 

O título coloca o serviço das baianas de acarajé como prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das comidas feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás. No entanto, deve ser atualizado a cada dez anos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).  

Rita Santos, a diretora da ABAM (Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos da Bahia), diz que passou os últimos anos cobrando um posicionamento do IPHAN. Já na última semana, um relatório favorável à renovação do título foi enviado para Brasília. Lá o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural vai decidir sobre a revalidação. 

A diretora da ABAM está confiante. “Estamos confiantes, não tem dúvidas. O IPHAN não está botando empecilho. Nós ficamos preocupadas porque de 2015 pra cá, esse tempo longo, houve muita renovação, descaracterização e nossa preocupação era que poderia prejudicar. Mas a partir do momento que foi enviado o relatório…”, afirma. 

Rita diz que o título é importante para que as baianas de acarajé sejam respeitadas na Bahia. “Temos que dizer que somos as baianas, mas somos também patrimônio. Nem todo mundo sabe que o título tem que ser revalidado, então ficamos sempre na preocupação. Tem município que você vai e a resposta é que ‘é coisa de Salvador’. Então a gente precisa estar sempre batendo que é patrimônio do estado”, explica. 
 
Outro título, concedido pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) também precisa ser renovado desde 2017. Neste caso, precisa ser reavaliado a cada 5 anos. “Não pode dizer que é por conta da pandemia, porque a pandemia foi ano passado”, reclama Rita. 

Além das renovações, as baianas ainda pedem um novo título: o de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A ABAM enviou um ofício para o IPHAN de Brasília em julho deste ano, completou documentos em agosto, e até agora aguarda resposta. (Metro1)

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