O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rechaçou a proposta do governo Bolsonaro de pagar um valor médio de R$ 400 por meio do Auxílio Brasil e defendeu que o benefício seja de R$ 600.
“Eu estou vendo agora Bolsonaro dizer que vai dar um auxílio emergencial de R$ 400 que vai durar até o final do ano que vem. E tem muita gente dizendo ‘não, a gente não pode aceitar porque é um auxílio emergencial eleitoral’. Não, eu não penso assim”, afirmou Lula na manhã desta quarta, em entrevista à rádio A Tarde, de Salvador.
Líder nas pesquisas de intenção de voto para à Presidência em 2022, segundo o Datafolha, o petista lembrou que o PT defende, há cinco meses, o retorno do auxílio emergencial de R$ 600 e diz não ver motivos para o partido criticar o aumento do benefício concedido às famílias.
O petista se diz a favor que o partido continue pleiteando o aumento do auxílio para R$ 600 “porque o povo merece”. E disse que esta questão não deve ser tratada sob a ótica eleitoral e que “não se pode querer que o povo continue na miséria” por causa das eleições de 2022.
“O que nós queremos é que Bolsonaro dê o auxílio emergencial de R$ 600. ‘Ah, ele vai tentar tirar proveito disso’. Olha, isso é problema dele. E é problema da sabedoria do povo. Se alguém acha que vai ganhar o povo porque vai dar um salário emergencial de R$ 600, paciência”, disse o petista.
O presidente Jair Bolsonaro determinou que o Auxílio Brasil, nome dado à nova versão do Bolsa Família, chegue a R$ 400, valor superior aos R$ 300 do auxílio emergencial.
O benefício criado para aliviar os efeitos econômicos da pandemia acaba no próximo dia 31.
Nesta terça-feira (19), 0 Palácio do Planalto desistiu de realizar a cerimônia que anunciaria o Auxílio Brasil. Apesar de não ter entrado oficialmente na agenda do Planalto, a cerimônia foi combinada em reunião no Palácio do Alvorada na noite de segunda-feira (18).
O recuo ocorreu após nervosismo do mercado diante da possibilidade de o governo aumentar gastos acima do teto e pressão do ministro Paulo Guedes (Economia) e da equipe dele, inclusive com ameaça de demissões de secretários da pasta. O Ministério da Economia nega risco de debandada. (Metro1)