Se a torcida do Vitória que foi ao Barradão esperava sair de lá sorridente e esperançosa com o acesso na Série C, dá para dizer que o roteiro do jogo diante do Figueirense cumpriu tudo o que era necessário para que a tarde deste domingo (18) terminasse exatamente desse jeito. Com gol de Tréllez, aos 34 do primeiro tempo, o Leão bateu o Figueira e está, mais do que nunca, com chances de conquistar o retorno à Série B na próxima temporada.
Depois de um duelo desequilibrado em Santa Catarina, pela rodada de ida da segunda fase, quando o Vitória perdeu por 5×1, o jogo deste fim de semana teve um contorno oposto e mostrou a equipe de João Burse mais atenta, intensa e, principalmente, mais efetiva dentro de campo. Ao contrário do que também aconteceu nos jogos contra o ABC, o Leão encontrou o caminho do gol e viu Rafinha voltar a ser decisivo no ataque após as dúvidas se ele entraria em campo.
Com os três pontos conquistados contra o Figueirense, o Vitória chegou a 8 pontos, ultrapassou o rival direto e agora está no segundo lugar do grupo B, que já tem o ABC garantido na segunda divisão do ano que vem. Para ficar com a segunda vaga, a equipe precisa vencer o já eliminado Paysandu em Belém ou, caso empate, torcer para que os catarinenses tropecem contra o ABC jogando no seu mando, o Orlando Scarpelli.
E para concretizar o resultado positivo em campo, o time do Vitória precisou fazer um primeiro tempo muito bom e aproveitar os espaços que o nervoso Figueirense deixou nos 45 minutos iniciais. Até os 15 só o Vitória parecia querer o jogo, buscando em seus pontas, Rafinha e Gabriel Honório, válvulas de escape para surpreender a defesa adversária nas costas e apostando no talento individual dos dois. E foi exatamente assim que o gol surgiu.
Após lançamento para o ataque, Tréllez subiu no alto no meio-campo, raspou na bola de cabeça e ela foi em direção a quina da grande área. Rafinha partiu em velocidade, dominou, deixou um no chão, passou pelo segundo e entrou sozinho para rolar para o colombiano. Tréllez spo teve o trabalho de empurrar para o gol a abrir o placar no Barradão: 1×0 e festa para os 21 mil torcedores que estavam no estádio.
Depois de marcar, o natural aconteceu. O Figueira se viu acuado em campo e começou a avançar suas linhas de marcação, para pressionar a saída de bola, e querer incomodar a defesa rubro-negra com bolas levantadas na área. Em um desses lances Dalton voltou a aparecer de forma fundamental e fez uma grande defesa.
O centroavante Tiro recebeu uma bola tocada de cabeça por Andrew, dentro da grande área, dominou e chutou forte de frente para Dalton. O guarda-redes mostrou toda a elasticidade ao defender a bola com as pernas e salvar o Vitória. E quando o goleiro não deu conta, como aconteceu no segundo tempo, os zagueiros estavam lá para bloquear. Em cobrança de escanteio, Dalton saiu mal, furou a bola e ela caiu nos pés de Gustavo Henrique, que substituiu Tito. O atacante bateu forte e ela explodiu em Marco Antônio, que era a única coisa que separava a bola das redes. A cria da base do leão comentou como um gol. E não à toa.
Isso porque depois dessa chegada o Figueirense teve muita dificuldade de avançar a achar brechas na boa defesa do Vitória, que permaneceu sólida e bem postada em campo. Apesar da sensação de risco iminente, ela não foi transformada em grandes chances e o técnico João Burse conseguiu manter em campo um time que sabia o que estava fazendo. E assim o jogo foi cozinhando em fogo baixo até o apito final – isso só dentro de campo, porque das arquibancadas a torcida embalou a linda festa e não se intimidou com a forte chuva que caiu nesta tarde em Salvador.