Ministério da Justiça vai usar DNA para ajudar buscas de desaparecidos

Chamado de Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas, o programa também inclui a coleta de impressões digitais de pessoas vivas que não foram identificadas e de cadáveres não reconhecidos.

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou nesta segunda-feira (26) um programa para coletar amostras de DNA com o objetivo de encontrar pessoas desaparecidas. A expectativa do ministério é resolver até 90% dos casos usando essa nova ferramenta, enquanto no ano passado, a taxa de solução foi de 64%.

Chamado de Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas, o programa também inclui a coleta de impressões digitais de pessoas vivas que não foram identificadas e de cadáveres não reconhecidos.

Segundo dados do ministério, em 2023, 78.703 pessoas desapareceram no Brasil, e 50.514 foram encontradas. Em 2024, até julho, 45.670 pessoas desapareceram, e 30 mil foram localizadas.

Dos desaparecidos em 2024, 29.498 eram homens e 15.833 eram mulheres. Desses, 12.148 tinham até 17 anos, e 32.415 tinham mais de 18 anos.

A ação é coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), e os materiais genéticos coletados farão parte da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos.

O secretário Mario Sarrubbo destacou que os dados coletados serão usados exclusivamente para identificar pessoas desaparecidas, sem qualquer outra finalidade ou compartilhamento para fins criminais, garantindo que não há motivo para preocupação nesse processo.

O ministro Ricardo Lewandowski afirmou que resolver esses casos é uma questão humanitária e de direitos humanos. Ele ressaltou que o ministério está utilizando a tecnologia mais avançada disponível, como a identificação por DNA, que é muito importante do ponto de vista tecnológico.

A coleta de DNA dos familiares é a primeira etapa dessa ação e vai acontecer de segunda-feira até sexta-feira (30), com uma força-tarefa em todo o país.

De acordo com o ministério, mais de 270 pontos de coleta estão prontos para receber familiares que ainda não doaram material genético. A coleta pode ser feita por meio de saliva ou sangue.

Para participar, os familiares precisam levar um documento de identificação e as informações do boletim de ocorrência do desaparecimento, como o número, estado de registro e delegacia. Se possível, é recomendável levar uma cópia do boletim. Os pontos de coleta estão listados no site do ministério.

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