‘A independência foi hoje, 2 de julho, não o que inventaram de 7 de setembro’, diz cacique

Ele falou também de apagamento da participação de indígenas na data

O cacique Babau, liderança indígena tupinambá, participa das celebrações ao 2 de Julho neste domingo. Questionado sobre a representatividade do Caboclo e da Cabocla, ele afirmou que o racismo e o preconceito no Brasil deram “um jeito de eliminar culturas e individualidades” na luta pela independência. O líder indígena reforçou que a libertação da Bahia e do Brasil veio de homens e mulheres indígenas e negros dos quilombos.

O Brasil, por ser um país bastante racista e preconceituoso, arrumou uma forma de eliminar culturas e individualidades. Então ele generaliza. A luta da independência da Bahia foi realizada por várias nações indígenas juntas com o povo preto de quilombo e a sociedade baiana. Para apagar e não dar direito a nós, eles generalizam e dizem ‘foram os caboclos, o povo preto’. Ou ‘os sertanejos'”.

Ele também afirmou que a figura do Caboclo é uma representação de como o povo tupinambá é bom de guerra. Babau disse que “o Nordeste nunca perdeu uma batalha, para ninguém. E o sul (região sul) nunca venceu para falar mal do nordeste. O sul sempre que ousou entrar em uma guerra perdeu e saiu com o rabinho entre as pernas”

No fim, ele reforçou que o 2 de julho é um momento de celebração e união de diferentes grupos pela Independência da Bahia

Apesar das ressalvas, ele destacou que a data é uma “belíssima festa”. “A independência foi hoje, 2 de julho, não foi o que inventaram de 7 de setembro. Aqui foi sangue derramado, foi guerra, foi luta”.

O projeto Bahia livre: 200 anos de independência é uma realização do jornal Correio com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador.(Correio)

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