Agências da Bahia registram alta na procura de turistas que querem se vacinar nos EUA

Foto: Ton Gomes / Unsplash

Com a lentidão no processo de vacinação no Brasil, agências de viagem na Bahia identificaram um crescimento no “turismo da vacina” rumo aos Estados Unidos, onde há imunização de pessoas sem o pedido de comprovante de residência.

Esta é uma constatação da Associação Brasileira de Agências de Viagens da Bahia (Abav-BA), que, mesmo sem dados numéricos, indica que o movimento aumentou nos últimos meses.

“Oficialmente, eles não abriram para este turismo de viagem, mas está sendo feito nos Estados Unidos, porque eles estão com a vacinação bastante avançada e não estão pedindo comprovante de residência”, explica Ângela Carvalho, presidente da associação, em entrevista ao Bahia Notícias.

Segundo a dirigente, os pacotes vendidos incluem, principalmente, viagens para Panamá e México. Isto porque, para entrar em território norte-americano, é necessário que estrangeiros realizem quarentena de, ao menos, 14 dias em outros países – neste contexto, o local mais requisitado pelos baianos é Cancun, um dos destinos turísticos mais conhecidos no México.

“Eu posso dizer, que, na minha agência, temos alguns clientes que fizeram isso e que voltaram vacinados. Ficaram 14 dias em Cancun e foram para os Estados Unidos. Tem algumas questões. Tem que ter disponibilidade financeira e de tempo. Porque, se estiver nos Estados Unidos e tomar a vacina da Janssen, é uma dose só. Mas, se for, por acaso, só a da Moderna ou a da Pfizer, a segunda dose só depois de 21 dias”, pontuou.

A representante da Abav-BA também sinalizou preocupação com a publicidade de algumas agências que, para atrair clientes, estampam em campanhas a possibilidade da vacinação nos EUA.

“É sempre com deixar claro que a agência só é responsável por aqueles serviços que ela presta: a conta da passagem aérea, a hospedagem, os serviços. Mas a agência não é responsável e nem garante que a pessoa vai se vacinar”, alertou.

Ela explica que, por conta disto, vem recomendado que as empresas evitem fazer propaganda com base na imunização. “Tudo muda de um dia para o outro. De repente, os Estados Unidos podem exigir o comprovante de residência. Portanto, não podemos garantir que a pessoa vai se vacinar. Hoje, a pessoa pode se vacinar. Daqui a uma semana, não sei. Temos sempre que deixar claro que não nos responsabilizamos por isto”, concluiu. (BN)

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