Apesar da federação, membros do Partido Verde da Bahia cogitam não apoiar PT mesmo sem brechas legais

Foto: Reprodução / Instagram

A ideia de não apoiar o Partido dos Trabalhadores é levantada por uma corrente dentro do diretório do Partido Verde na Bahia. Mesmo sem brechas legais, membros que já previam dividir palanque com o pré-candidato do União Brasil, ACM Neto, discutem a liberação da executiva nacional para que sigam na direção contrária da federação formalizada com a sigla do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A aliança junto ao PT também aglutina outros partidos de esquerda, como o PSB e o PCdoB – este último também parte da federação -, comprometendo apoios não só a nível federal como também nos estados.

Uma plenária foi realizada entre integrantes do PV de Salvador no sábado (30) para debater a possível posição. O encontro antecede outra reunião, desta vez de todos os correligionários da Bahia, no próximo dia 14 de maio.

“Ela [a federação] de fato impactou a nossa realidade aqui”, declarou Ivanilson Gomes, presidente estadual da legenda. 

Embora admita que não há a base legal, o dirigente disse que o caminho precisa ser construído, porque parte dos políticos verdes já estavam em campo fazendo um trabalho “pró-ACM Neto”.

“Esse é um processo em que a gente ouve os dirigentes e os militantes. Alguns deles querem seguir a federação e outra parte acha que poderíamos conversar com a direção nacional para que politicamente eles fossem liberados para seguir o caminho que vinha antes trilhando”, destacou Ivanilson, defendendo que esta seja uma decisão coletiva.

A definição que for tomada entre os integrantes do Partido Verde será levada para a direção nacional, alegou o líder. Ele acrescentou que houve um certo silêncio por haver um “fio de esperança” de que a federação não vingasse, garantindo assim a autonomia dos diretórios estaduais, cenário que não se confirmou.

“No momento que ela foi registrada o partido tem se reunido para encontrar saídas que mantenham a unidade, que não crie um partido com duas posições antagônicas”, revelou.

Nos últimos dias, a exoneração da ex-secretária municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência de Salvador, Edna França, deu início ao processo de saída do partido do governo do prefeito Bruno Reis (UB). No lugar dela assumiu a vereadora licenciada Marcelle Moraes (UB).

Junto com França, todos os cargos de confiança ocupados por filiados ou indicados pelo PV passaram a ter suas demissões publicadas no Diário Oficial do Município (DOM). 

“Outros estão saindo porque a secretária nova está fazendo a troca gradativa, e todos já colocaram seus cargos à disposição”, finalizou Gomes em entrevista ao Bahia Notícias.

por Bruno Leite / Bahia Notícias

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