O novo governo da Argentina elevou a tributação sobre exportações agrícolas, a principal fonte de divisas do país, neste sábado, 14. O objetivo é impulsionar as receitas do governo antes de esforços para reestruturar sua dívida de cerca de 100 bilhões de dólares em títulos e empréstimos.
As decisões foram estabelecidas em um decreto e uma resolução publicados no Boletim Oficial do Estado do país. Veículos locais informaram que o decreto aplica uma taxa de 9% às exportações de grãos, que no caso da soja se soma a uma tarifa de 18%.
“Tendo em conta a grave situação que atravessam as finanças púbicas, é necessária a adoção de medidas urgentes de caráter fiscal que permitam atender, ao menos parcialmente, os desembolsos orçamentários com recursos genuínos”, diz o texto do decreto.
Além do aumento na taxação, o governo ainda anunciou neste sábado o aumento das indenizações por demissão sem justa causa. Por 180 dias, quem for demitido sem justa causa terá que receber o dobro da indenização trabalhista.
Demissão de trabalhadores
Trabalhadores argentinos demitidos sem justa causa ao longo dos próximos 180 dias também receberão o dobro da indenização normal, de acordo com decreto anunciado no fim de semana, marcando uma ruptura com a postura pró-mercado da administração anterior.
Alberto Fernández, um peronista de centro-esquerda, assumiu a Presidência na terça-feira 10 tendo como objetivo sanar uma economia em recessão e com uma inflação anual de mais de 50%, ao mesmo tempo em que tentará negociar uma dívida pública que inclui um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 57 bilhões de dólares. Ainda prometeu por fim às políticas liberais de seu antecessor Maurício Macri.
O desemprego na Argentina subiu a 10,6% no segundo trimestre de 2019, um ponto percentual mais alto que no ano anterior, segundo informou o governo no comunicado de imprensa em que anunciou o decreto. Os jovens têm sido especialmente afetados, com as mulheres jovens enfrentando uma taxa de desemprego de 24%. (Veja)