De janeiro a setembro deste ano, 49 novos empreendimentos foram implantados na Bahia, gerando R$ 3,96 bilhões em investimentos e 5 mil empregos. A previsão é de que, nos próximos anos, sejam gerados 34,5 mil empregos, a partir de 380 empreendimentos, que foram ou estão sendo instalados ou ampliados no estado, com aporte de R$ 127 bilhões para o incremento da economia baiana. Os números refletem estratégias desenvolvidas pelo Governo do Estado para a instalação de empreendimentos, como ocorre com a chinesa BYD e empresas dos ramos de energia eólica e de mineração.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, enfatiza que as empresas têm sinalizado positivamente aos esforços do Governo do Estado, validando a instalação de novos negócios na Bahia ao considerar o ecossistema que envolve importantes atrativos, que norteiam decisões de investimentos de empresas globais. “Recentemente, nós tivemos a inauguração de um parque eólico, sob o comando da AES Brasil, empresa líder na produção de energia limpa e que conta com o diferencial de ter mulheres atuando em toda sua linha de produção”, comenta o titular da pasta.
O Complexo Eólico de Tucano, operado 100% por mulheres, com investimento de R$ 1,5 bilhão, integra um dos 23 ativos que a AES Brasil mantém em sete estados brasileiros, nas fontes eólica, solar e hídrica, e é o primeiro complexo eólico construído pela empresa no país. A coordenadora de usina eólica da EAS Brasil, Juliana Oliveira, fala sobre sua surpresa em comandar uma equipe exclusivamente feminina: “participar e ser líder de uma equipe 100% feminina é uma honra e um grande desafio, porque, hoje, a gente tem um papel tanto de transformar a energia em energia limpa, promovendo um mundo melhor, de inspirar outras mulheres a entrarem no setor elétrico e participar dessa mudança social e energética”.
Dentre os estados brasileiros, a Bahia é o sexto com melhor saldo na geração de empregos, este ano. Os postos de trabalho celetista avançaram em todos os setores da economia, com destaque para o segmento de serviços, que gerou 5.027 novas vagas. Em segundo lugar, o setor que reúne a produção de agricultura, pecuária, florestal, pesca e aquicultura foi o segundo que mais empregou, com mais de 1990 novos empregados. Os setores do comércio, indústria geral e construção também foram responsáveis pelo avanço na geração de novos postos de trabalho.
O secretário de Desenvolvimento Econômico destaca, ainda, que a instalação de um empreendimento gera outros empregos indiretos. “Quando a BYD, que é a maior fabricante de carro elétrico do mundo, sai do seu território e escolhe a Bahia, ela traz cerca de cinco mil empregos diretos, mas as empresas sistemistas vêm com ela, e, com estas, podemos atingir até cinquenta mil empregos diretos e indiretos”, enfatizou Ângelo Almeida.
A pedra fundamental para instalação de três fábricas na Bahia será lançada na próxima segunda-feira (9), durante evento que contará com a presença do governador Jerônimo Rodrigues. Os investimentos priorizam, ainda, a descentralização da economia no estado, concentrando cerca de 81,5% dos empreendimentos no interior da Bahia e outros 18,4% das empresas na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Em paralelo ao plano para atração de novos investimentos para o estado, a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) atua na estruturação de projetos em prol da qualificação de mão de obra. Para contribuir com a contratação de profissionais e mais oportunidades de emprego, foi instituído o ‘Bairro Empreendedor: Costurando Renda’, que concluiu, nesta sexta-feira (6), a segunda etapa do projeto, com a formação de mais 81 mulheres dos bairros da Liberdade e Paripe.
O Instituto da Mulher Negra Mãe Hilda Jitolu, no Curuzu, no bairro da Liberdade, é uma das instituições parceiras do projeto, que tem o objetivo de motivar empreendimentos e gerar renda para as beneficiárias – na maioria, mulheres que não possuem renda fixa ou formação profissional. A última turma contou com aulas básicas de corte, costura e modelagem, com a professora Rita Gomes, e certificou 20 pessoas, que já saem com máquinas de costura portáteis e kits alfaiate, doados pelo projeto, e prontas para colocar em prática o aprendizado absorvido durante a qualificação.
Graduada em nutrição, Daiana Ribeiro, 41 anos, atua como arte-educadora e vem desenvolvendo o empreendedorismo. Por isso, aproveitou o curso de Corte e Costura, oferecido pelo ‘Bairro Empreendedor’, para ampliar suas possibilidades de atuação junto ao mercado de trabalho. Ela comercializa artigos afro e étnicos em uma loja virtual – a Afro Afeto – e sua participação no projeto trouxe novas perspectivas: “vai melhorar e ajudar na economia, porque já tínhamos a ideia de fazer parcerias para costurar bolsas e customizar alguns produtos. Agora, que aprendi a costurar e ganhei a máquina, eu vou poder fazer as coisas sem precisar pagar para parceiros”.
Com investimento de R$ 500 mil do Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad), o Bairro Empreendedor já qualificou 200 mulheres em corte e costura e empreendedorismo. A primeira etapa certificou 119 mulheres residentes nos bairros do Uruguai, Sussuarana e São Marcos, em julho de 2023. O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, destaca o poder de transformação do projeto “ O ‘Bairro Empreendedor’ proporciona um acompanhamento que, além de qualificar profissionalmente, oferece suporte para a intermediação de mão de obra e incentiva o empreendedorismo por meio de pequenos negócios, que também movimentam a economia e a contração de outros profissionais”.
O Governo do Estado também tem investido em programas de qualificação social e profissional para os jovens e trabalhadores baianos, como intermediação para o trabalho, seguro-desemprego, documentação trabalhista e orientação profissional. Um dos programas é o ‘Qualifica Bahia’, que conta com recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) e do Tesouro do Estado. O programa oferece cursos de formação profissional em diversas áreas, de acordo com as vocações efetivas e potenciais dos territórios.
Outro programa é o ‘Juventude Produtiva’, que foi lançado recentemente com um investimento superior a R$ 8 milhões. O programa contempla 17.040 estudantes ou egressos da rede pública escolar, na faixa etária de 16 a 29 anos, oferecendo capacitação e orientação para atividades empreendedoras e geradoras de renda. A ação visa impulsionar o desenvolvimento social e a autonomia econômica dos adolescentes e jovens baianos, estimulando a criatividade, a inovação e o protagonismo juvenil.
Repórter: Laís Nascimento/GOVBA