Bahia registra 74 focos de incêndio nos primeiros 3 dias de dezembro segundo Inpe

Veja como tem sido a operação para apagar o fogo

Crédito: divulgação

A temporada de queimadas na Bahia varia anualmente entre os meses de setembro e novembro, segundo o Programa Queimadas do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Porém, os focos que continuam a ser registrados em dezembro estão mantendo o Corpo de Bombeiros da Bahia (CBM-Ba) em operação especial para combater as chamas. Na última segunda-feira (04), 200 bombeiros, com sete aviões e dois helicópteros, além de voluntários, atuaram nas regiões mais atingidas no interior do estado. Nos três primeiros dias de dezembro, o Inpe contabilizou 74 focos de incêndio na Bahia.

As regiões assistidas pelo Corpo de Bombeiros no momento são a Norte, Sudeste, Sul e Chapada Diamantina, nas cidades de Pindobaçu, Miguel Calmon, Jacobina, Iramaia, Ibicoara, Morro do Chapéu, Macaúbas, Brotas de Macaúbas, Mundo Novo, Rio de Contas, Barra da Estiva, Érico Cardoso, Poções Maraú, Eunápolis, Prado e Santa Cruz Cabrália.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a operação é realizada em parceria com o Programa Bahia Sem Fogo da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), responsável por ceder os sete aviões usados pelos bombeiros, todos do modelo Air Tractor – ideal para o combate a incêndios e serviços agrícolas.

Os dois helicópteros são: um do Grupamento Aéreo (Graer) da Polícia Militar da Bahia (PMBA) e outro do governo de Pernambuco. Brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e brigadistas voluntários dos municípios próximos às regiões atingidas também dão apoio à Operação Florestal, que teve início em julho deste ano. Além dos combates, os bombeiros também realizam ações preventivas com a população local.

Os incêndios florestais ganham proporções maiores durante essa época do ano, quando as temperaturas estão mais altas. Há duas semanas, a Bahia registrou 107 focos de incêndios florestais em 48 horas, de acordo com o Programa Queimadas do Inpe. Foram 897 ocorrências registradas apenas em novembro e pouco mais de 11 mil em todo o ano.

Atuação municipal

Uma das situações mais críticas é a de Mundo Novo, no centro-norte baiano, que enfrenta a pior tragédia ambiental de sua história com um incêndio que já atingiu 30 fazendas da zona rural. As chamas começaram na roça de um pequeno agricultor e se espalharam para a reserva ambiental do Instituto Divina Pastora, administrada pela Abadia Cisterciense de Jequitibá, situada entre os povoados de Jequitibá e Pindaí, na última quarta-feira (29).

Para combater as chamas que ameaçam atingir os povoados e a Abadia Cisterciense de Jequitibá, um dos cinco mosteiros desse tipo do país, a prefeitura está apoiando o trabalho do Corpo de Bombeiros com o fornecimento de carros pipas e retroescavadeiras para abrir trilhas na reserva de mata. Na noite da última segunda-feira (04), o fogo ainda persistia.

“Também estamos contribuindo para a hospedagem e alimentação de todo o corpo de bombeiros, mas também dos voluntários que também se encontram lá no Jequitibá neste combate ao fogo […] vale ressaltar que vários fazendeiros e prefeitos da região estão mobilizados para tentar ajudar na contenção desse fogo”, afirmou o prefeito de Mundo Novo, José Adriano da Silva (PSB).

Segundo informações enviadas pela prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo, na última segunda (04), o município registrou quatro focos de incêndio. Dois deles foram controlados com o trabalho de brigadistas, bombeiros civis, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, com o apoio de aeronaves.

Contudo, dois dos focos continuam ativos e, segundo a prefeitura de Morro do Chapéu, foram causados por bitucas de cigarros e por um incêndio iniciado para abertura de pastagem, mas que acabou saindo do controle. A gestora informou que o município está em alerta para o risco de uma tragédia ambiental e que reforçou as ações de combate a incêndios.

“Faço um apelo às pessoas para que não coloquem fogo no quintal de casa para abrir pastagem. Isso é uma irresponsabilidade e pode causar uma grande tragédia ambiental. É preciso ter uma conscientização. As barragens estão secando, muita gente está sem água em casa. Nós temos sete carros-pipas, que neste momento estão dando apoio no combate aos incêndios”, declarou Juliana Araújo.

(Correio)

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