Baianos se organizam para levar doações a cidades do extremo sul atingidas por chuvas: ‘Estão necessitando mais que a gente’

Jacó se organizou com outras pessoas para levar doações a cidades do sul da Bahia — Foto: Paulo Souza/g1

Um grupo de baianos que mora no distrito de Corumbau, em Prado, no extremo sul da Bahia, reuniu mantimentos, colchões, roupas e outros donativos para levar aos moradores de Itamaraju e Jucuruçu, na mesma região. Centenas de famílias perderam pertences por causa das chuvas que atingem várias cidades desde a semana passada.

Um homem identificado como Jacó, mobilizou os patrões, vizinhos e familiares, e juntou dezenas de cestas básicas, roupas de cama e colchões, além de kits de produtos de limpeza, para serem entregues às famílias afetadas pela enchente.

Baianos se organizam para levar doações a cidades do sul da Bahia — Foto: Paulo Souza/g1

A caminho das cidades, ele ainda precisou alugar um caminhão, porque a caminhonete que ele transportava os materiais quebrou na estrada.

“O carro entrou muita água, parou de funcionar. Aí eu aluguei um caminhão, e vamos fazer essas doações em Itamaraju, Nova Alegria,Jucuruçu, que são pessoas que estão necessitando mais do que a gente, neste momento”, avaliou.

As doações de Jacó vão ajudar várias pessoas, como Evandro Souza dos Santos, que perdeu a casa, móveis e roupas com a chuva. Ele lembrou como tudo começou, na última quarta-feira (8), em Nova Alegria, distrito de Itamaraju.

“Foi um fenômeno da natureza essa chuva muito forte que atingiu a nossa região, e acabou destruindo a nossa comunidade, algumas casas, fazendas. A enchente chegou aqui depois do meio dia, chegou muito rápido e foi só destruição. Nós já tínhamos sido avisados pelo pessoal da outra cidade, que essa enchente poderia fazer um estrago aqui, então nós começamos a nos prevenir, mas foi muito rápido, não deu tempo de tirar as coisas todas”, recordou.

Evandro Souza dos Santos perdeu tudo por causa da chuva em Nova Alegria, distrito de Itamaraju — Foto: Paulo Souza/g1

Além da casa de Evandro ter desabado, a escola municipal onde ele trabalhava também foi ao chão, com a força do temporal. “Onde eu trabalho, que é uma escola de onde eu tiro meu sustento, caiu tudo. Estamos aí desse jeito, mais 90% da comunidade são pessoas carentes. Vamos depender da ajuda dos governantes para que possamos restaurar de novo, tudo o que foi destruído”.

Quem também dependerá de donativos é Manoel Ribeiro, que conseguiu resgatar apenas documentos. Ele lembra os momentos de aflição que passou, mas diz que teve “sorte com a vida”, por não ter sofrido nenhum ferimento e nem ter perdido parentes.

“Quando a água chegou, a gente já saiu carregando as coisas que pôde, poucas coisinhas, documentos. Deixamos tudo para trás. A água passou por cima, inundou tudo. Só não perdi a casa, porque a casa é alugada, mas os móveis foram todos. Roupas, sapatos, tudo ficou para trás. Até o chapéu. Eu tinha um chapéu caro e foi embora tudo”.

Manoel Ribeiro perdeu tudo por causa da chuva em Nova Alegria, distrito de Itamaraju — Foto: Paulo Souza/g1
Chuva deixou rastro de destruição no distrito de Nova Alegria, em Itamaraju — Foto: Paulo Souza/g1
Chuva deixou rastro de destruição no distrito de Nova Alegria, em Itamaraju — Foto: Paulo Souza/g1
Chuva deixou rastro de destruição no distrito de Nova Alegria, em Itamaraju — Foto: Paulo Souza/g1

(Fonte: G1)

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