A Bolsa brasileira interrompeu uma sequência de altas e fechou em leve queda nesta quarta-feira (8) pressionada principalmente pelas ações da Petrobras, que recuaram mais de 2% acompanhando o declínio do petróleo no exterior.
O tombo, no entanto, foi visto como um movimento técnico de realização de lucros, ou seja, quando investidores vendem ações que se valorizaram rapidamente para efetivar os ganhos com os papéis. A Bolsa brasileira registrou alta nos últimos cinco pregões.
“O índice está com uma dificuldade de continuar as altas, e é possível que a gente veja um movimento de correção no curto prazo. Viemos de altas expressivas em poucos dias, é natural que o mercado corrija isso”, afirma Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
No câmbio, o dólar fechou em alta, com investidores acompanhando a situação fiscal do Brasil após dados que mostraram crescimento da dívida pública em setembro, além da tramitação da Reforma Tributária no Senado.
Mais cedo, havia expectativa sobre um discurso do presidente do Federal Reserve (banco central americano), Jerome Powell, em conferência da autoridade monetária, mas o dirigente não fez comentários sobre a política monetária.
Além disso, a moeda americana também passa por correção no Brasil, após ter caído nos últimos pregões.
Com isso, o Ibovespa caiu 0,14%, aos 119.091 pontos, segundo dados preliminares, enquanto o dólar avançou 0,68%, cotado a R$ 4,906.
No exterior, investidores ainda estão em busca de mais pistas sobre por quanto tempo a política monetária dos EUA poderá permanecer restritiva.
De um lado, um comunicado de política monetária mais brando e dados de emprego mais fracos nos Estados Unidos elevaram as apostas de cortes de juros pelo Fed já em maio do ano que vem, com as chances de uma redução de pelo menos 0,25 ponto percentual tendo aumentado para mais de 50%.
No entanto, comentários cautelosos de várias autoridades do banco central norte-americano nos últimos dias mantiveram os investidores nervosos, com possibilidade de novos aumentos nas taxas este ano, dada a resiliência da economia dos EUA.
Taxas mais baixas nos EUA ampliariam o diferencial de juros entre a maior economia do mundo e o Brasil, o que tornaria investimentos denominados em real mais atraentes para agentes estrangeiros, de forma que qualquer sinalização mais dura de Powell poderia acabar minando a demanda pela divisa brasileira.
Participantes do mercado também apontavam a queda nos preços das commodities -com o petróleo em queda de mais de 1% nesta manhã- como um fator de pressão negativa para divisas consideradas arriscadas. (BNews)