Bolsonaro é pressionado a não assinar diploma de prêmio Camões de Chico Buarque

Foto : Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro pretende analisar uma questão delicada no Palácio do Planalto quando voltar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual participa hoje (24), em Nova York. Segundo a Folha, Bolsonaro vai decidir se assina o diploma que será concedido ao cantor e escritor Chico Buarque pelo Prêmio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa. O total concedido ao brasileiro é de 100 mil euros, valor pago, em parcelas iguais, por Brasil e Portugal, que criaram o prêmio.

A parcela da condecoração que cabia ao governo brasileiro já foi depositada em junho, mas o diploma do prêmio ainda não foi assinado por Bolsonaro. O documento, que já foi firmado pelo governo português, está nas mãos do ministro da Cidadania, Osmar Terra, que deve discutir a questão com o presidente até o final desta semana. A cerimônia de entrega será promovida em Lisboa.

O assunto causa um racha na cúpula do governo. Integrantes do setor moderado avaliam que, como o valor já foi liberado, a assinatura do diploma seria apenas uma iniciativa protocolar e, por isso, o presidente deveria seguir a tradição, evitando criar um constrangimento com o governo português.

Já membros do núcleo ideológico entendem que, ao não assinar o documento, o presidente faria um gesto político, posicionando-se contra o uso de recursos públicos em ações não prioritárias e demonstrando que seu mandato representa uma ruptura em relação aos governos anteriores.

Chico é crítico de Bolsonaro e apoiou a campanha do petista Fernando Haddad na eleição presidencial do ano passado.

(Metro1)

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