O Brasil será candidato a sede da Copa do Mundo feminina de 2023. O país já havia sido inscrito no processo anteriormente, mas a mudança do tamanho do torneio, oficializada nesta quarta (31), fez as nações procurarem a Fifa neste mês de agosto para confirmar se desejam permanecer na disputa ou não.
A CBF reafirmará o desejo de sediar a competição e oficializará seu interesse em respostas protocolares a um questionário da entidade internacional.
Inicialmente, não há uma necessidade oficial de aprovação do Ministério da Cidadania, responsável pelo Esporte no governo Bolsonaro. O Estado será consultado em função do tamanho do evento, mas não tem poder de veto sobre a candidatura.
O UOL Esporte apurou que sediar o Mundial é uma das prioridades da gestão de Rogério Caboclo, presidente da CBF e entusiasta do futebol feminino, como mostrou com a contratação da treinadora Pia Sundhage.
África do Sul, Argentina, Austrália, Bolívia, Coreia do Sul (em possível candidatura conjunta com a Coreia do Norte), Colômbia, Japão e Nova Zelândia foram os outros oito países que se inscreveram na primeira oportunidade aberta pela Fifa. Agora, com o sucesso de audiência da Copa de 2019 e o aumento no número de seleções participantes (de 24 para 32), o processo foi reaberto.
Alguns destes nomes podem sair por vontade própria, dependendo das decisões tomadas por cada federação em conjunto com os governos locais, e a tendência é de que surjam novos concorrentes de peso.
Porém, a CBF avalia ter vantagem diante de outros candidatos graças à estrutura que já existe no Brasil. Afinal, o país sediou a Copa do Mundo masculina há cinco anos.
Caboclo tem mandato à frente da CBF até abril de 2023, mas, se for reeleito, seguirá no cargo durante o torneio. Por isso, o presidente sonha com o Mundial e vislumbra mudanças concretas no calendário daquele ano -neste caso, os campeonatos nacionais masculinos seriam paralisados, decisão que liberaria os principais estádios do país para as seleções femininas.
Outros torneios realizados em solo brasileiro recentemente, como a Copa América, mostram que a atual gestão da CBF tem buscado protagonismo como país-sede. No caso da Copa feminina, a mobilização vista em outros continentes e a evolução do nível técnico das mulheres são fatores que motivam o interesse, e há, ainda, o crescimento da audiência nacional.
O Brasil teve a maior audiência da história do futebol feminino em todo o planeta. O recorde foi alcançado na partida contra a França, que eliminou a seleção brasileira nas oitavas de final e foi vista por mais de 35 milhões de espectadores em Globo, Band e SporTV. Se somarmos todos os televisores do país que estavam ligados em um canal aberto, 53% estavam na Globo no momento do jogo.
(Folhapress)