Uma ex-empregada doméstica brasileira que trabalhou na residência Neymar Jr. em Paris está processando o jogador por exploração no trabalho. Em detalhes exclusivos fornecidos à TV Record, a mulher, que preferiu não ter sua identidade revelada, busca uma indenização de quase R$ 2 milhões na Justiça francesa.
O drama se desenrolou em outubro de 2022, em um dia que ela descreve como sendo inicialmente comum. Grávida de seu quarto filho na época, a empregada afirma ter sido abruptamente dispensada pela equipe de Neymar. Ela relata que a secretária a chamou e entregou seu pagamento, indicando que não precisava mais comparecer ao trabalho:
“A secretária me chamou e falou assim: ‘aqui está seu pagamento, não precisa vir mais, resolva sua vida pessoal [a minha gestação]’. Eles mandaram eu buscar o meu dinheiro com o segurança da entrada principal. [Fiquei] sem apoio nenhum. Nisso, tive até minha luz cortada por uma semana”
O ingresso na vida profissional na mansão do jogador ocorreu em 2018, quando, junto com seu ex-marido e três filhos, ela decidiu tentar uma vida em Paris. Indicada por uma amiga, a empregada iniciou trabalhando em eventos específicos, como a “White Party” de Neymar, em fevereiro de 2019. Gradualmente, seu papel evoluiu de um trabalho temporário para uma posição permanente.
Ela detalha sua rotina diária, responsável por diversas tarefas, desde limpeza até auxílio em eventos na residência. A ex-funcionária afirma ter trabalhado até 70 horas semanais, mesmo sendo contratada para 55 horas, sem receber pagamento adicional pelas horas extras. Seu salário era de 15 euros por hora, aproximadamente R$ 80, mas ela alega que trabalhou sem adicional noturno, mesmo em fins de semana em que passava a noite na mansão.
“[Eu era responsável pela] limpeza, por fazer cama… tudo relacionado à limpeza dentro da casa. A pedido deles, enquanto a casa estava ali funcionando, eu tinha que estar auxiliando quem estava precisando. Precisava estar limpando. Já fiz a unha da mãe do filho dele [Carol Dantas]: quando ela vinha da Espanha, fazia as unhas dela. Uma vez, eu estava limpando a academia e me pediram para parar e fazer a unha da Bruna [Biancardi]. Eu parei, fiz e voltei aos meus afazeres.
A equipe de Neymar, ao ser procurada pelo portal UOL, afirmou desconhecer o assunto, destacando que o jogador não foi citado judicialmente. O processo foi iniciado no tribunal trabalhista de Saint-Germain-en-Laye, acusando Neymar de empregar ilegalmente a ex-funcionária com carga horária excessiva, além de falta de documentação para residência no país.
A empregada busca uma indenização de 368 mil euros (R$ 1,9 milhão) e ameaça levar o caso ao tribunal criminal. Ela relata não ter tido descanso ou férias remuneradas, e suas horas eram anotadas em um caderno escolar tabelado. Alega também ter recorrido a organizações francesas de caridade devido a dívidas acumuladas após o nascimento prematuro de seu quarto filho. A história, que veio à tona através do jornal Le Parisien, agora aguarda desenvolvimentos na Justiça francesa.
(Bnews)
