Expulso na disputa do terceiro lugar da Copa América, o argentino Lionel Messi voltou a atacar a arbitragem e a Conmebol (confederação sul-americana), organizadora do torneio.
“A corrupção e os juízes não deixaram as pessoas aproveitarem, e o futebol foi arruinado”, afirmou o camisa 10, que não foi ao campo receber a premiação pelo terceiro lugar. “Estava com muita bronca.”
Ele atribuiu sua expulsão no jogo de sábado (6), após uma confusão com o chileno Gary Medel, a uma suposta vingança por ter reclamado da arbitragem na derrota para o Brasil na semifinal.
“Lamentavelmente, acho que está armado para o Brasil. Tomara que os árbitros e o VAR não tenham nada a ver e que o Peru possa competir [na final deste domingo], porque tem time para fazê-lo. Mas acho isso difícil”, declarou Messi.
Foi nesse clima que, ao bater o Chile por 2 a 1, neste sábado (6), em Itaquera, a Argentina se despediu do torneio com a terceira colocação.
O personagem central dessa trama foi Messi, que precisou de menos de 45 minutos para ser o nome de destaque do jogo. Festejado ainda no aquecimento, ele roubou a cena com dribles e a assistência para o gol de Sergio Agüero aos 11 minutos.
Mas o camisa 10 acabou expulso aos 36 minutos, após a confusão com Medel. Os dois jogadores se desentenderam depois de uma disputa na linha de fundo, com direito a peitadas. O árbitro paraguaio Mario Díaz de Vivar mostrou o cartão vermelho para ambos.
Na saída do gramado, o argentino ouviu os presentes no Itaquerão gritarem em peso seu nome. Já o árbitro virou o vilão do espetáculo.
“Aquela disputa era lance para cartão amarelo. O Medel sempre faz isso”, afirmou o atacante após a partida.
Foi a segunda expulsão de Messi, 32, na carreira. A outra ocorreu em sua estreia pela Argentina, em 2005, num amistoso contra a Hungria. O então camisa 18 era reserva no time do técnico José Pekerman, entrou na segunda etapa e ficou em campo por menos de dois minutos, até ser expulso por uma cotovelada no húngaro Vanczak.
Além do gol de Agüero, a Argentina ampliou a vantagem com o de Paulo Dybala. O atacante da Juventus recebeu livre na área e marcou aos 21 minutos.
Na etapa final, o Chile se lançou ao ataque, mas a Argentina esteve perto de ampliar o marcador com Agüero.
Os chilenos voltaram a entrar no jogo quando Lo Celso fez falta na área em Aránguiz. Após consulta ao árbitro assistente de vídeo (VAR), Vivar foi ao monitor, reviu o lance e marcou penalidade. Vidal, num tiro forte, diminuiu o placar para 2 a 1, mas a reação dos atuais bicampeões do continente parou por aí.
Muito do clima quente que marcou o jogo se deveu aos confrontos decisivos recentes entre as duas seleções. Nas edições de 2015 e 2016 da Copa América, Chile e Argentina fizeram a final. Nas duas ocasiões, o título ficou com os chilenos após disputa de pênaltis.
Nas arquibancadas do Itaquerão, enquanto os chilenos tentavam empurrar a sua seleção, os argentinos passaram a contar com um improvável incentivo dos brasileiros.
Messi esperava conquistar no Brasil seu primeiro título de expressão pela Argentina, após bater na trave na Copa do Mundo de 2014.
Com atuações apagadas durante o torneio, ele cresceu nas duas últimas partidas, mas se despede da Copa América com apenas um gol (de pênalti, no empate com o Paraguai) e deixando críticas aos gramados e ao uso do VAR, além de pesadas acusações contra a Conmebol.
A expectativa é que ele ainda tenha a Copa América de 2020 (em casa) e a Copa do Mundo de 2022, quando terá 35 anos, para tentar levantar um troféu pela seleção principal.
por Folhapress