Favoritas ao título terão primeiros grandes desafios nas quartas

Fase inicia nesta sexta com promessa de qualidade e emoção; De zebra, restou apenas Marrocos

A Copa do Mundo deste ano já apresentou grandes jogos, seja pela qualidade do futebol apresentado ou pela emoção gerada por eles, mas, de certo, o Mundial  trouxe até agora só um encontro entre grandes potências da modalidade: o empate entre Espanha e Alemanha. As duas, inclusive, já deixaram a competição, juntando-se a Uruguai, despachado na fase de grupos, e Itália, que nem disputou, como desfalques no clube das campeãs mundiais ainda presentes a esta altura. Sobrevivem quatro, metade dos oito países que disputarão, a partir desta sexta-feira, as quartas de final. E agora não tem pra onde correr. Restam somente oito jogos e oito times, e a promessa é de muita qualidade e emoção pela frente.

Os quatro campeões mundiais na disputa são Brasil, Argentina, França e Inglaterra. E tem também duas finalistas, Holanda e Croácia; Portugal, que já foi semifinalista duas vezes; e Marrocos, única zebra ainda viva, mas que chega por estar jogando bem, por méritos próprios, e não apenas como um azarão ocasional.  

Nenhuma seleção chega com 100% de aproveitamento. Ainda assim, as maiores favoritas terão o primeiro grande desafio na Copa agora nas quartas. Ao contrário das oitavas, em que os oito confrontos tinham claros favoritos, e apenas Marrocos subverteu a lógica, eliminando a Espanha, é mais complicado estabelecer prognósticos definitivos com relação a favoritismo nos próximos embates.

Principalmente no segundo encontro entre campeãs mundiais do torneio, entre França, atual campeã, e Inglaterra, com a melhor campanha até o momento. Argentina x Holanda já foi final de Copa, em 1978, e é outro confronto que promete equilíbrio. Portugal x Marrocos opõe melhor ataque contra melhor defesa. 

Maior desequilíbrio

Brasil x Croácia é onde se encontra a maior disparidade. A Seleção Brasileira é apontada como favorita, não só pelo peso da camisa, mas pelo que vem mostrando na Copa e pelo potencial do elenco. Venceu todas as partidas em que atuou com a equipe titular e teve uma das melhores apresentações nas oitavas, com goleada contra a Coreia. A volta de Neymar, após lesão, ainda fortalece a equipe. Thiago Silva e Casemiro, defensivamente, e Vinícius Júnior, ofensivamente, vêm se destacando.

Não dá para descartar, entretanto, os croatas, que são acostumados a surpreender e chegaram à final do Mundial na Rússia passando por três adversários depois do tempo regulamentar, com duas disputas de pênaltis. Têm boa zaga, com Lovren e Gvardiol, excelente meio, com Brozovic, Kovacic e, principalmente, Modric, e tem Perisic como principal opção de velocidade. Será o grande desafio para o Brasil até o momento.

Já foi decisão de Copa

A Argentina é a única das finalistas que perdeu no Mundial com o time titular, ainda que Scaloni já tenha mudado a escalação desde a derrota da estreia. Pelo menos quatro titulares atuais ganharam a posição durante a Copa. Vem de três vitórias consecutivas, algo que nenhuma seleção conseguiu, embora não tenha empolgado contra a Austrália. O grande momento foi a vitória sobre a Polônia.

A expectativa é de equílibrio contra a Holanda, criticada por não empolgar na primeira fase, mas que segue invicta, com três vitórias. O melhor momento foi nas oitavas, quando quebrou a invencibilidade dos Estados Unidos, com autoridade: 3 a 1. 

Vem crescendo na hora certa. Gakpo brilhou quase solitariamente na primeira fase, mas outros destaques começaram a mostrar a qualidade esperada, como Memphis e o lateral Dumfries, que teve uma das melhores atuações individuais da Copa, nas oitavas. 

Duelo de campeãs

Os ingleses fazem ótima Copa, invictos, têm a melhor campanha geral, o melhor ataque, com 12 gols, e venceram três partidas com folga no placar, com pelo menos três gols de vantagem. Tiveram apenas um empate com os Estados Unidos como contraponto. 

Mesmo que o ponto alto da equipe esteja concentrado no poderio ofensivo, passou três dos quatro jogos sem levar nenhum gol. Passou sem sustos por Senegal nas oitavas.

Enquanto isso, a França tem o artilheiro, Mbappé, e outras boas opções ofensivas, como Dembelé, Griezmann, e Giroud, que já fez três. Theo Hernández também se destaca.

Opostos

Portugal tem o melhor ataque, junto com a Inglaterra, e Marrocos tem a melhor defesa. A seleção marroquina é uma das quatro invictas da Copa, com apenas um gol sofrido em quatro partidas. É a única sobrevivente da África e também dos países árabes. Ainda eliminou a Espanha. São aspectos que fazem com que a façanha de Marrocos seja histórica. Se passar por Portugal, será a melhor campanha africana em Copas. 

Portugal passou fácil pela fase de grupos, mas empolgou para valer nas oitavas: goleada contra a Suíça, com três gols de Gonçalo Ramos, substituto de Cristiano Ronaldo. (AT)

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