O homem acusado de matar a companheira asfixiada em agosto de 2017, no bairro de Itapuã, em Salvador, foi condenado a 19 anos e oito meses de prisão por feminicídio. O julgamento aconteceu na quinta-feira (2) na capital baiana. As informações são do Ministério Público da Bahia (MP-BA) nesta sexta-feira (3).
Edgar Pereira Costa asfixiou a vítima com um saco, a estuprou e dilacerou os órgãos genitais. O corpo de Cláudia Santana de Oliveira, de 26 anos, foi encontrado dentro do saco, dois dias após o crime, pelo filho mais velho de Edgar, na casa do acusado. O casal estava junto há um ano.
Na época, a polícia havia informado que Cláudia era mãe da testemunha. No entanto, nesta sexta, o MP-BA detalhou que o filho era de Edgar.
Segundo o MP-BA, o homem vai cumprir a pena em regime inicialmente fechado em razão do crime de feminicídio qualificado pela asfixia, por recurso que impossibilitou a defesa da vítima e ocultação de cadáver.
Relembre o caso
O acusado, que é pedreiro, foi preso no município de Itabuna, no sul do estado, em agosto de 2017. Ele estava fugindo para a casa de familiares, quando foi interceptado por policiais da cidade em ônibus na BR-101. A ação foi realizada após a polícia de Salvador emitir alerta.
Segundo a polícia, em depoimento na época, Edgar negou que tivesse matado a namorada e que estaria fugindo. O homem contou que ele e a vítima estavam bebendo na casa onde ele morava, quando tiveram um desentendimento. Durante a briga, ele teria a empurrado e ela caiu no chão, levantando-se com um ferimento que sangrava. O acusado, no entanto, não soube dizer onde a vítima havia se ferido.
Ainda de acordo com a polícia, o pedreiro contou que, após se levantar, a vítima foi dormir e ele permaneceu bebendo. Algum tempo depois, ele também foi para o quarto e dormiu. Quando acordou, durante a manhã, percebeu que a mulher estava morta e entrou em pânico.
Por não saber o que fazer, o homem teria colocado o corpo da namorada em um saco e o escondeu no banheiro casa. Em seguida, o pedreiro fez uma mala e foi embora para a casa dos familiares. O homem alegou para a polícia que não avisou sobre a morte da vítima porque ficou com medo.
A versão do suspeito, entretanto, foi desmentida pela polícia. “A versão dele não é condizente com a verdade. O médico-legista falou que houve uma dilaceração dos órgãos genitais. A causa da morte foi asfixia. Possivelmente, ele deve ter incorrido nessa introdução e, em seguida, ele asfixou ela”, detalhou a delegada Marta Rodrigues Menezes de Aguiar, coordenadora da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico). (G1)