A investigação sobre o desvio de recursos do Ministério da Educação (MEC), ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL) tem ganhado novos capítulos. Segundo o portal Metrópoles, a Polícia Federal, responsável pelo caso, descobriu que o homem da mala do esquema tinha uma rotina de entrega de pacotes que incluiu visitas a Laurício Monteiro Cruz, diretor de Imunização da gestão do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, e ao deputado federal pelo Distrito Federal Gilvan Máximo, do Republicanos.
De acordo com a publicação, os investigadores da PF estavam monitorando os possíveis envolvidos em uma suposta venda superfaturada de material de robótica para escolas de Alagoas. O portal apurou que os investigadores podem incluir tanto o deputado federal quanto o ex-diretor do Ministério da Saúde em outros inquéritos.
Gilvan Máximo disse que o pacote continha dinheiro, mas seria um valor realativo a dois relógios Rolex que ele havia vendido ao entregador. ” “Vendi dois relógios Rolex de acervo pessoal. Indicaram para ele que eu estava vendendo dois relógios. E recebi o dinheiro dele. Não sabia que ele mexia com kit de robótica (…) Na época dos fatos, também não tinha nenhuma razão para desconfiar da idoneidade do comprador. Espero que ele prove a sua inocência ao final da investigação aberta contra ele”, disse o deputado em nota. Não foi posssível contactar Laurício Monteiro Cruz.
O flagrante ocorreu em 27 de desembro de 2022, quando ao seguir o casal Pedro e Juliana Salomão, presos por supostamente serem um braço financeiro do esquema.
O monitoramento revela que após fazer um saque de uma grande quantia, Pedro vai até uma churrascaria nas proximidades da Vila Planalto, bem perto da Esplanada dos Ministérios, e se encontra com Laurício Monteiro Cruz, que de agosto de 2020 até julho do ano passado foi diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, nomeado pelo então ministro Eduardo Pazuello. Vale lembrar que Laurício foi exonerado após seu nome estar envolvivo em um suposto esquema de vacinas superfaturadas da Covid-19.
Em outro momeno, também após fazer um saque, Pedro vai vai até uma churrascaria no Lago Sul. Ao chegar, cumprimenta o hoje deputado federal Gilvan Máximo e senta-se em outra mesa, em frente ao parlamentar. De acordo com o Metrópoles, Máximo aponta para um carro no estacionamento e depois disso, Pedro “retira algo de dentro de sua bolsa vermelha”, a mesma usada para ir ao banco. (bNEWS)