Junho Violeta alerta para doença nos olhos

Foto: Campanha
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O movimento “Junho Violeta” é uma campanha realizada por oftalmologistas para conscientizar sobre a ceratocone, uma doença que deforma a córnea e já é a principal causa de transplantes do órgão no país. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 20% de todos os transplantes de córnea realizados hoje são por causa da doença. A ceratocone consiste em um desvio da curvatura da córnea, que é a lente natural da nossa visão. Essa deformação está ligada ao hábito de esfregar os olhos, muitas vezes por razões alérgicas. Nos casos mais graves só o transplante pode resolver. Segundo o oftalmologista, Ricardo Boucault, o exame para detectar a doença deve ser feito na adolescência. “Essa fase é o período que a doença mais progride, por isso é indicado fazer na adolescência. A detecção precoce da ceratocone consegue prevenir que o paciente chegue a estágios mais avançados, precisando de transplante, cirurgia de anel ou até lentes de contato”, explica. A ceratocone atinge uma em cada duas mil pessoas. Sem transplante, os pacientes só conseguem ter uma boa visão, nos casos mais graves, usando lentes de contato. Esse é o caso da estudante de enfermagem Tatiana de Paula Medeiros. Ela sofreu anos usando óculos indicados por outra médica que custaram mais de R$ 3 mil. “Quando eu comecei a fazer meu curso, não enxergava praticamente nada. Mesmo com os óculos e sentando na primeira carteira”.

Fabrício Amaro de Lima perdeu quase toda a visão do olho direito. O marceneiro fez um transplante de córnea, mas nem isso resolveu. “A gente faz com a esperança de ficar bem e não teve o sucesso desejado, mas a gente vai levando”. Segundo Boucault, é normal o que aconteceu no caso do Fabrício. Ele explicou que o transplante nem sempre é garantia de solução para a doença, já que a eficácia da cirurgia é de 90%. “Muitos pacientes desconhecem a doença. Quanto antes começar o tratamento, se tiver progressão, a gente consegue agir antes, evitando um transplante”. (Bahia.Ba)

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