O laudo da perícia no Colégio Municipal Doutor João Paim, onde estuda a maior parte das crianças que foram hospitalizadas depois de passar mal em São Sebastião do Passé, região metropolitana de Salvador, apontou que a água do poço da instituição estava contaminada pela bactéria Escherichia coli (E. coli).
O laudo foi emitido pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Salvador, e divulgado na segunda-feira (2). Apesar do resultado, o próprio Lacen enviou o laudo e os materiais colhidos na escola para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde passará por uma nova investigação. Não há previsão de quando o novo laudo sairá.
Segundo informações da prefeitura da cidade, 221 crianças com idades entre 11 e 13 anos, deram entrada em hospitais da Bahia, com sintomas semelhantes: enjoo, diarreia, vômitos, febre e corpo mole. Apesar disso, não havia mais alunos internados nesta quarta-feira (4).
Os sintomas começaram a surgir no dia 12 de fevereiro. As crianças foram atendidas e medicadas no Hospital Municipal Albino Leitão. Na manhã do dia 14, no entanto, outras cinco crianças, de colégios particulares, que não tiveram os nomes divulgados, apresentaram os mesmos sintomas. Elas também foram encaminhadas para a unidade hospitalar.
Na ocasião, a prefeitura descartou a hipótese de que os sintomas foram provocados pela merenda, já que nem todos os estudantes consumiram o lanche da escola. Portanto, a água fornecida no Colégio Municipal Doutor João Paim foi enviada para o Lacen.
Dois dias após a contaminação, a escola foi interditada pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). As aulas já foram retomadas.
Investigação
As investigações a partir de agora são para saber se a contaminação foi intencional ou não.
Segundo informações colhidas no colégio, o poço funciona no local há pelo menos 50 anos, e a comunidade costumava ter acesso a água. Apesar disso, há pouco tempo, o local foi isolado e as pessoas deixaram de ter acesso.
A expectativa então é verificar se alguém colocou algum material que infectou a água, na tentativa de retaliar o bloqueio do poço. Imagens de câmeras de segurança estão sendo verificadas. Ao todo, 200 horas de gravação foram enviadas à polícia.
“Adotamos todas as medidas cabíveis. Isolamos a área, solicitamos as imagens das câmeras, que estão gravadas, que foram recolhidas e apresentadas, para tentar identificar se também há essa possibilidade. Não se pode descartar nada e já estamos com a força tarefa imbuída nesse sentido, de tentar identificar, saber exatamente o que ocorreu”, disse Alexsandro Olvieira, coordenador do colégio. (G1)