Diante da crise política gerada pelo avanço do projeto que concede anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir, na próxima semana, com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com lideranças partidárias.
A expectativa é de que o encontro siga o mesmo modelo do jantar realizado no início do mês com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na residência oficial da Casa. Na ocasião, Lula buscou estreitar os laços com senadores após sucessivas dificuldades na articulação política.
Desde que Gleisi Hoffmann assumiu a Secretaria de Relações Institucionais, no lugar de Alexandre Padilha, o governo tem tentado reaproximar a base aliada e retomar o controle das pautas no Congresso.
A movimentação de Lula acontece num momento delicado, após o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, ter protocolado um pedido de urgência para levar ao plenário a votação do projeto que anistia acusados e condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023. O requerimento obteve 262 assinaturas, superando o número mínimo de 257, e aguarda análise dos deputados.
A proposta dividiu a base aliada e acendeu o alerta no Planalto, que teme o impacto político da anistia e tenta conter o avanço da pauta em meio ao fortalecimento da oposição no Congresso.