O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) informou, nesta quarta-feira (2), que vai instaurar um procedimento de notícia de fato para apurar as investigações sobre a operação da Polícia Militar que resultou na morte de três pessoas na Comunidade do Solar do Unhão, na Gamboa. O parquet disse que, após isso, o processo vai ser distribuído para um promotor de Justiça.
Foram mortos durante a ação os jovens Patrick Sapucaia, Alexandre Santos e Cleberson Guimarães. Dois deles, Patrick e Cleberson, chegaram a ser socorridos para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiram aos ferimentos.
De acordo com os moradores da comunidade, os policiais chegaram atirando no local e jogando gás lacrimogêneo. Em protesto, na manhã desta terça-feira (1), os dois sentidos da Avenida Contorno foi fechado por manifestantes (relembre aqui).
A versão é negada pela PM. A corporação alega que foi recebida a tiros quando uma guarnição fazia diligências na região da Gamboa. Os policiais afirmam ter revidado aos disparos feitos por um grupo.
Após a troca de tiros, de acordo com os policiais, os três homens foram encontrados caídos. Em posse deles estariam armas de fogo e drogas (veja aqui). Os outros suspeitos teriam conseguido fugir. A ocorrência foi registrada na Corregedoria Geral.
Também nesta quarta, a Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) disse estar acompanhando o caso e irá cobrar da corregegoria e da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) uma “investigação transparente e minuciosa do ocorrido, com o afastamento dos policiais envolvidos na ocorrência e outras medidas de proteção às testemunhas” (leia mais aqui).
“A OAB-BA cobrará ainda urgência na instalação de câmeras em viaturas e fardas da PM-BA, prometida pelo governo do Estado desde o ano passado, que no mundo inteiro vem garantindo mais transparência às ações policiais, reduzindo sua letalidade e garantindo mais proteção aos próprios agentes e aos outros cidadãos. As cobranças serão feitas através da Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo advogado Eduardo Rodrigues”, disse o órgão em uma nota enviada ao Bahia Notícias.
Ainda ontem, o Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos da Bahia (CEPDH-BA) e a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) emitiram um posicionamento sobre o assunto, afirmando que já integrantes do órgão realizaram reuniões com membros da comunidade do Solar do Unhão e seguirão dialogando com as corregedorias da Polícia Militar e da SSP-BA para determinar o desenrolar dos acontecimentos. (bahia.ba)