Quase 14 mil torcedores lotaram a Vila Belmiro neste domingo (1º) para ver o que pode ter sido o último jogo de Neymar com a camisa do Santos em casa. Em campo, o atacante foi o protagonista do empate sem gols contra o Botafogo, no Clássico da Saudade.
Teve lampejos de brilho, criou chances, desequilibrou, mas acabou expulso após marcar um gol com a mão, que foi anulado.
Aos 25 minutos do primeiro tempo, Neymar protagonizou o lance mais plástico da partida. Recebeu a bola no meio-campo após erro do goleiro Brazão, passou por dois marcadores — um deles com uma caneta — e finalizou com firmeza. Mas John, em noite inspirada, evitou o golaço com grande defesa.
Até então, o Botafogo era melhor. Mas a partir da jogada de Neymar, o Santos equilibrou o duelo, criando chances e dominando a partida até o intervalo. Antes do apito, irritado, o camisa 11 cometeu falta dura e recebeu cartão amarelo.
O segundo tempo manteve a intensidade, ainda que sem a qualidade técnica dos históricos confrontos entre Santos e Botafogo nos anos 1950 e 60. O Peixe criou duas grandes oportunidades, ambas salvas — uma por David Ricardo e outra novamente por John. O 0 a 0, até ali, parecia injusto.
Aos 30 minutos do segundo tempo, Neymar marcou. Mas com a mão deliberadamente, no estilo de Maradona em 1986. O árbitro não hesitou: anulou o gol e aplicou o segundo amarelo, expulsando o craque. Como consequência, Neymar está fora do próximo jogo contra o Fortaleza, no Castelão — aquele que deve ser seu último compromisso antes do fim do contrato com o Santos.
Um final que pode ter sido inglório, embora recheado de emoção, dribles e polêmicas.
Do outro lado, o Botafogo se contentava com o empate, sem ameaçar ofensivamente. Após a expulsão, tentou buscar sua primeira vitória — e o primeiro gol — fora de casa, mas sem sucesso.
O técnico do Glorioso ainda lamenta a ausência de Igor Jesus, negociado com o Nottingham Forest. O time sentiu sua falta em campo — e sentirá ainda mais caso a saída se concretize.
O Clássico da Saudade teve emoção, tensão e lampejos de talento, especialmente de Neymar. Mas acabou sem gols — e, talvez, sem um final digno para o maior nome recente da história santista.