Nutricionista de Salvador que passou mal no Uber vai registra caso na polícia

(Reprodução/Arquivo pessoal)

Evelyn, ficou dopada por um “gel” que estava no carro por aplicativo

A nutricionista Evelyn Broocke, que relatou ter passado mal durante uma viagem em carro por aplicativo na terça-feira (9), afirmou que vai fazer um boletim de ocorrência na polícia. De acordo com o relato, ela entrou no carro e tocou em uma substância desconhecida que estava na porta do veículo, com uma textura de gel e inodora. Em seguida, começou a lacrimejar, pediu para o motorista encostar, e como ele não atendeu ao pedido, pulou do carro em movimento.

Evelyn disse que, em contato com um policial militar, um civil, e um delegado, inicialmente não planejava fazer a queixa, uma vez que eles haviam a desencorajado a denúncia. No entanto, procurada por uma delegada, ela diz que pretende registrar a ocorrência. “Recebi orientações diferentes, e pretendo dar queixa sim”, afirma.

Esse não é o primeiro caso relatado que envolve tentativa de dopagem em carros por aplicativo. No Brasil, o “golpe do cheiro” já teve a investigação finalizada em três cidades do Brasil: Canoas (RS), no Rio de Janeiro e em Florianópolis. Nos três casos, as autoridades pediram o arquivamento após o inquérito policial, já que, de acordo com as investigações, “não houve elementos de prática de crime”.

Procurada sobre um posicionamento, a Uber reiterou as conclusões dos três casos apontados acima, e, afirmou que “sobre as demais denúncias que surgem nas mídias e são reverberadas pela imprensa”, não tem conhecimento de um inquérito que tenha sido concluído “identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.”

A empresa, no entanto, reforçou que “trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei”.

Medo
Em entrevista realizada ontem, Evelyn afirmou que um dos motivos pelos quais não pretendia prestar queixa, era por medo do motorista, que sabe o endereço onde ela mora.

“Fiquei e estou com medo. Ele me pegou em casa, então ele sabe onde eu moro. Não registrei um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil por medo de que isso me coloque em uma situação ruim e também porque, na visão da Justiça, não aconteceu um crime, ele não me furtou e nem me prendeu no carro, não tenho provas de que ele tentou me drogar”, disse a nutricionista. 

A mulher conferiu a placa antes de entrar no veículo, mas não sabe se o motorista era realmente o homem que estava registrado na plataforma, visto que ele usava máscara e óculos escuros. Evelyn já entrou em contato com a Uber e relatou o ocorrido. Segundo ela, a empresa informou que iria averiguar a situação e colocar o motorista sob supervisão. (Correio)

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