Oposição em Itabuna tenta se unir contra Augusto Castro, e PT se divide sobre posicionamento

Pancadinha, Enderson Guinho e Isaac Nery podem se apoiar para evitar a quebra do tabu de nunca ter ocorrido uma reeleição na cidade

Foto: Divulgação/ALBA/Reprodução/Redes Sociais

Os pré-candidatos de oposição ao prefeito de Itabuna admitem a possibilidade de abrir mão de liderar a chapa nas eleições de 2024 para garantir a unidade do grupo contra o atual gestor, Augusto Castro (PSD). Dentre os principais nomes que trabalham para evitar a quebra do tabu de nunca ter ocorrido uma reeleição em Itabuna, incluem-se o deputado estadual Fabricio Pancadinha (Solidariedade), Isaac Nery (Republicanos) e o vice-prefeito Enderson Guinho (União).

Apesar desta pretensa união, a posição de um partido ainda é dúvida. O PT se divide entre apoiar a reeleição de Castro ou lançar o nome do ex-prefeito Geraldo Simões, que geriu a cidade entre 1993-1995 e 2001-2003. No último sábado (28), o diretório da legenda se reuniu e a maioria do partido teria indicado apoio ao atual prefeito. A decisão definitiva, no entanto, só deve acontecer nas prévias do PT, em abril de 2024. Até lá, o petista indicou ao Metro1 que sua candidatura está “firme e forte”.

À reportagem, o presidente municipal do PT, Jackson Moreira, afirmou que o objetivo é chegar no consenso pelo nome de Geraldo Simões. “A gestão atual está muito mal avaliada, com rejeição de 70%, serviços muito precários de transporte e saúde. A oposição de Itabuna senta para discutir, mas não tem perspectivas de aliança para eleição. A unanimidade nossa é que a gestão atual é muito ruim. Vamos trabalhar muito para unir a federação [PT, PV e PCdoB], já temos um aliado de primeira linha que é o MDB”, declarou.

Busca da unidade

Rompido desde agosto de 2022 com Augusto Castro, o vice-prefeito Enderson Guinho tenta viabilizar sua candidatura. No entanto, em entrevista ao Metro1, ele reconhece enfrentar desafios junto à população, pois muitas pessoas o associam à imagem desgastada do atual prefeito, o que poderia levá-lo a apoiar outro candidato.

“O prefeito Augusto Castro tem enfrentado alta rejeição no município. Encheu a prefeitura com cargos fantasmas para apoiar seu candidato para deputado estadual e esqueceu da gestão. O prefeito tentou comprar meus aliados e apoiadores, tentando de todas as formas nos fragilizar e isso é visto nas pesquisas. Mas acredito que agora é o momento de iniciar essa virada. Se a gente entender que não é o desejo da população, existe uma abertura de diálogo com o ex-prefeito Geraldo, com Pancadinha e com Isaac Nery. A partir da pesquisa, o que tiver menor rejeição encabeçará nossa candidatura”, afirmou.

Também ao Metro1, o deputado estadual Pancadinha afirmou que representa o novo para a cidade, mas com o gabarito necessário de dois mandatos de vereador e um na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Pancadinha ainda não se colocou como candidato, mas conversou com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Ele afirmou que disputar com o apoio do PT ou contra um membro do partido não terá impacto em sua posição na AL-BA, que atualmente é de independência.

“É visível o desgaste na gestão atual. Ainda não anunciei meu nome como candidato, mas o povo pede pelo meu nome em Itabuna. Desde março nosso nome vem crescendo, saindo de 18% a 40% nesta última pesquisa. Venho dialogando muito com o atual vice-prefeito, estamos conversando sobre a construção da cidade e com os empresárias”, declarou.

Já o médico Isaac Nery também se coloca como oposição, mas se lança com apoio da vertente bolsonarista baiana. O pré-candidato pode lançar sua candidatura própria contando com o apoio do próprio partido, e de seu presidente Márcio Marinho, bem como do ex-ministro da gestão Jair Bolsonaro, João Roma (PL). (Metro1)

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