Pastor é o principal suspeito de assassinar o presidente do Haiti

Foto: Reprodução

Christian Emmanuel Sanon, um pastor e médico, está sendo apontado pelas autoridades do Haiti como o principal suspeito pelo assassinato do presidente do país, Jovenel Moise.

Sanon, 62 anos, nasceu no Haiti mas possui cidadania norte-americana. Ele vive nos Estados Unidos desde 1970, e agora está sendo acusado de matar o presidente Moise, que morreu no dia 07 de julho.

No entanto, o pastor se diz inocente da acusação, e muitas pessoas que o conhecem têm se manifestado para repudiar a suspeita: “É óbvio que ele está sendo incriminado”, disse seu irmão, Jean Sanon, numa entrevista recente concedida em West Palm Beach, Flórida (EUA).

Uma fonte mantida em sigilo disse à emissora CNN que Sanon foi preso no último fim de semana durante uma operação policial em um bairro no topo de uma colina na capital Porto Príncipe, a poucos passos da residência do primeiro-ministro em exercício, Claude Joseph, que atualmente lidera o país.

A polícia encontrou caixas de munição e coldres para rifles e pistolas, 24 alvos de tiro não utilizados, um boné com a etiqueta “DEA” [agência de combate às drogas dos EUA] e quatro placas da República Dominicana dentro de um complexo com uma placa que dizia “International Medical Village” na porta.

A fonte disse à CNN que durante a operação, Sanon disse à polícia que não tinha conhecimento do ataque ao presidente Moise e que não tinha ideia de que as armas encontradas pela polícia estavam na propriedade.

Ele afirmou ainda que era um pastor cristão e que a propriedade não era dele, segundo informações do portal The Christian Post.

As suspeitas

Léon Charles, chefe da Polícia Nacional do Haiti, disse a repórteres no domingo que o pastor Sanon e vários colombianos chegaram ao Haiti em junho com “objetivos políticos”, e que inicialmente o grupo teria planos de apenas prender Moise, mas “então a missão mudou”.

O falecido presidente haitiano foi assassinado em um ataque a sua residência particular nas colinas acima de Porto Príncipe por volta da 01h00, horário local, em 7 de julho, informou a BBC.

O magistrado Carl Henry Destin disse ao jornal Le Nouvelliste que Moise morreu no local, e seu corpo tinha 12 perfurações a bala. Destin observou ainda que o escritório e o quarto do presidente foram saqueados e ele foi encontrado deitado de costas coberto de sangue.

Cerca de 26 colombianos e dois outros haitiano-americanos também foram presos acusados de envolvimento com o assassinato do presidente após travarem um tiroteio no Haiti, horas depois do crime contra a vida de Moise.

“Quando nós, a polícia, bloqueamos o progresso desses bandidos depois que eles cometeram o crime, a primeira pessoa para quem um dos agressores ligou foi Charles Emmanuel Sanon”, disse Léon. “Ele contatou duas outras pessoas que consideramos os mentores dos assassinato do presidente Jovenel Moise”, acrescentou.

O presidente

O falecido presidente costumava usar gangues para reprimir oponentes políticos, segundo o governo dos Estados Unidos. No ano passado, o Tesouro dos EUA sancionou dois altos funcionários haitianos por supostamente planejarem o massacre de La Saline em 2018.

Nesse massacre, civis, incluindo crianças, foram retirados de suas casas e executados nas ruas. Seus corpos foram queimados e desmembrados, disse o Tesouro dos Estados Unidos.

O pastor Sanon, por meio de um site chamado “Haitian lives matter”, vinha pedindo a destituição de Moise e sua indicação como líder interino.

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