Em janeiro de 2025, o Brasil registrou 162 pedidos de recuperação judicial, o que representa um aumento de 8,7% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

De acordo com o levantamento da Serasa Experian, 79,6% dessas solicitações vieram de micro e pequenas empresas, que estão enfrentando sérios desafios financeiros devido ao cenário de crédito restrito e juros elevados.

Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian, explica que as micro e pequenas empresas são mais afetadas pelo ambiente de crédito mais difícil, com a redução na oferta de empréstimos e o aumento dos custos com juros, o que leva essas empresas a buscar soluções como a recuperação judicial.

Por outro lado, as empresas de médio e grande porte conseguem atravessar melhor essa crise, pois têm mais acesso a alternativas de crédito, como o financiamento no mercado de capitais, o que possibilita o refinanciamento e a redução da pressão sobre seus fluxos de caixa.

Os dados do Indicador de Falências e Recuperações Judiciais também mostram que o setor de “Serviços” liderou o número de pedidos de recuperação judicial em janeiro, com 54 registros. Em seguida, os setores de “Indústria” (47), “Primário” (42) e “Comércio” (19) completaram a lista.

Em contraste com o aumento nas recuperações judiciais, as falências apresentaram uma queda de 20,3% no mesmo período. O número de falências passou de 69 em janeiro de 2024 para 55 em janeiro de 2025.

As micro e pequenas empresas também lideraram as solicitações de falência, com 31 registros, seguidas por empresas de médio porte (13) e grandes empresas (11). O setor de “Serviços” foi o mais afetado, com 30 pedidos de falência, seguido por “Indústria” (13) e “Comércio” (12), enquanto o setor “Primário” não registrou solicitações de falência.