Prefeitura de Feira nega colapso na Saúde e afirma que greve de médicos ‘não ocorreu’

“Informação de um sindicato que deu início a um movimento de restrição de atendimento, o qual não ocorreu conforme foi inicialmente divulgado”

Foto: Divulgação/Sesab

A Prefeitura de Feira de Santana, por meio de nota oficial, negou que a cidade esteja enfrentando um colapso na Saúde devido a greve por tempo indeterminado dos médicos vinculados aos hospitais do município. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a paralisação dos profissionais “não ocorreu conforme foi inicialmente divulgado”. O comunicado da SMS é uma resposta a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) que acionou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) para notificar ao município adoção de medidas cabíveis para solução do caso.

“A greve dos médicos nas Unidades de Emergência da Prefeitura de Feira de Santana há seis dias é apenas mais um capítulo da crise no sistema municipal de saúde. Somente este ano tiveram relatos sobre a falta de materiais e insumos nas unidades, dívidas superiores a R$ 1,6 milhão com o Consórcio que administra a Policlínica Regional e até falta de seringas para aplicar vacinas”, diz um dos trechos da nota da Sesab.

Em comunicado oficial, a SMS classifica o informe como precipitado e aponta que a possível greve dos profissionais foi disseminada através de uma informação do sindicato.

“De maneira irresponsável, a Secretaria Estadual de Saúde emitiu comunicados afirmando a existência de uma greve dos profissionais de saúde em Feira de Santana, sem que houvesse qualquer declaração oficial por parte dos próprios profissionais”, afirma. “O que de fato ocorreu nesse episódio foi a informação de um sindicato que deu início a um movimento de restrição de atendimento, o qual não ocorreu conforme foi inicialmente divulgado”, acrescentou o comunicado da SMS.

Ainda segundo a pasta da Saúde de Feira de Santana, o comunicado divulgado pela Sesab “tem como objetivo desviar o foco dos problemas reais enfrentados pela população de Feira de Santana, problemas estes que são de responsabilidade direta do Governo do Estado”. Além disso, a SMS ainda cita o sistema de regulação, que conforme o órgão, “neste mês de junho, já ocorreram 124 mortes decorrentes da precariedade do sistema”.

“É essencial que a Secretaria Estadual de Saúde compreenda o impacto da longa e angustiante fila da regulação nas unidades municipais de saúde”, pontua. “Além disso, é alarmante saber que o hospital Estadual da Criança, um estabelecimento de referência, encontra-se fechado para parturientes que não estejam reguladas. Tal situação coloca em risco a vida das parturientes e dos bebês. É importante ressaltar que essa demanda sobrecarrega o hospital Municipal da Mulher, que assume um papel crucial em lidar com essa crescente demanda”, emenda a nota.

Já no comunicado da Sesab, a pasta estadual afirma que “o Hospital Geral Clériston Andrade e a UPA Estadual estão com sobrecarga de atendimento por conta da falta de assistência municipal […]. A titular da pasta estadual da Saúde [Roberta Santana] ainda ressalta que enviará novas ambulâncias para o Clériston Andrade a fim de agilizar as transferências de pacientes”.

Em contrapartida, a gestão municipal frisa que no último domingo (16), “38 pessoas aguardam na chamada “fila da morte”. Essas pessoas estão sendo atendidas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e policlínicas do município, que só de 05/06 a 03/07 realizaram 208.793 atendimentos”.

Por fim, a Prefeitura de Feira de Santana se coloca à disposição para solucionar o problema dos moradores. “A Prefeitura de Feira de Santana reitera o seu compromisso em garantir uma saúde de qualidade para a população e não medirá esforços para superar os desafios enfrentados. Estamos empenhados em promover melhorias significativas no sistema de saúde”, conclui nota.

(Bahia.ba)

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