Presidente do IBGE pede demissão após corte que dificulta o Censo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira (26) que Susana Cordeiro Guerra pediu exoneração do cargo de presidente do órgão por motivos pessoais e de família.

Em nota, o IBGE informou que Susana seguirá no “cargo até a transição para o novo presidente a ser indicado.”

Susana assumiu o cargo em fevereiro de 2019, escolhida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Na quinta-feira (25), o IBGE sofreu um importante revés com a aprovação do Orçamento. O texto, que precisa ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, deixa quase sem recursos o Censo 2021 e pode inviabilizar a pesquisa, que já deveria ter sido realizada em 2020, mas foi adiada por causa da pandemia.

Inicialmente, o orçamento pedido pelo IBGE para realizar o Censo era de R$ 3,4 bilhões, mas, após pressão do governo federal, o instituto teve que enxugar a pesquisa, e o custo passou para cerca de R$ 2 bilhões. O Orçamento da União aprovado, no entanto, destina apenas R$ 71 milhões para a pesquisa – menos de 5% do custo acordado.

Na terça-feira (23), a direção do instituto já havia alertado que “as ações governamentais pós-pandemia serão fragilizadas” sem a realização do Censo 2021.

“Sem o Censo em 2021, as ações governamentais pós-pandemia serão fragilizadas pela ausência das informações que alicerçam as políticas públicas com impactos no território brasileiro, particularmente em seus municípios”, escreveram Susana e o diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, em artigo publicado pelo jornal “O Globo” e reproduzido na página do órgão. (G1)

google news