Rainha Elizabeth II: Rei Charles III, filho da ex-monarca, se pronuncia após morte da mãe

Foto: Reuters

A monarca morreu nesta quinta-feira, 8, no Palácio de Balmoral, na Escócia, aos 96 anos

O príncipe Charles, agora rei Charles III,se pronunciou nesta quinta-feira, 8, após a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, que faleceu aos 96 anos no castelo de Balmoral, na Escócia.

“Uma declaração de Sua Majestade, Seu Rei: A morte da minha amada Mãe, Sua Majestade a Rainha, é um momento de grande tristeza para mim e para todos os membros da minha família.

Lamentamos profundamente o falecimento de uma Soberana querida e de uma Mãe muito amada. Eu sei que sua perda será profundamente sentida em todo o país, nos Reinos e na Commonwealth, e por inúmeras pessoas ao redor do mundo.

Durante este período de luto e mudança, minha família e eu seremos confortados e sustentados por nosso conhecimento do respeito e profundo afeto em que a Rainha era tão amplamente mantida”, concluiu o comunicado.

Seguindo a tradição da monarquia inglesa, os títulos de princípe e princesa de Gales serão passados para o príncipe William e Catherine, sua esposa. Já Camilla, esposa de Charles, passa a ser a rainha consorte.

Rei Charles III
O então príncipe Charles, filho da rainha Elizabeth II, assumiu o trono imediatamente após a morte da monarca. O protocolo real é desenvolvido a partir do Conselho de Ascensão, convocado dentro de 24 horas, e realizado no Palácio de St James, a residência oficial do soberano, para proclamar o sucessor.

O conselho é formado por Conselheiros Privados que têm aconselhado monarcas britânicos desde a era normanda. Ele atualmente é composto por cerca de 670 políticos de alto escalão, incluindo a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss.

Também estão presentes os Lordes Espirituais e Temporais, bispos da Igreja Anglicana que têm assento na Câmara dos Lordes, incluindo o Arcebispo de Cantuária, juntamente com os pares seculares do reino. O colegiado inclui o Lorde Prefeito de Londres, altos funcionários e altos comissários dos outros 14 reinos que têm o monarca britânico como seu chefe de Estado também têm assento no Conselho, cujo presidente é atualmente a parlamentar Penny Mordaunt.

O Conselho de Ascensão está dividido em duas partes. Na primeira, o Lorde Presidente anuncia a morte da monarca e o escrivão do conselho, Richard Tilbrook, lê em voz alta o texto da Proclamação de Ascensão. Uma vez assinada a proclamação, o Lorde Presidente pede silêncio e o Conselho trata de assuntos remanescentes, como a divulgação da proclamação e instruções para o disparo de armas de artilharia no Hyde Park, de Londres, e na Torre de Londres.

Após a Parte 1 do Conselho, a proclamação é lida da Galeria da Proclamação, uma varanda no Palácio de St James, pelo Rei da Jarreteira de Armas, atualmente David White, o arauto sênior na Inglaterra, cujo papel cerimonial prevê um salário anual de 49 libras, fixado na década de 1830. Ele é acompanhado pelo Conde Marechal e outros oficiais vestindo trajes tradicionais

A proclamação é acompanhada por saudações de armas e viagens dos arautos à Mansion House, na cidade de Londres, onde é lida no Royal Exchange. A proclamação é lida publicamente nas outras capitais do Reino Unido –Edimburgo, Belfast e Cardiff– e em outros locais.

Já a Parte 2 do Conselho de Ascensão é realizada pelo novo soberano, mas nem sempre segue imediatamente a Parte 1. Apenas os Conselheiros Privados participam dela, que começa com uma declaração pessoal de Charles relacionada à morte da rainha.

Ele faz então um juramento relativo à segurança da Igreja da Escócia, como exigido pelo ato de 1707 pelo qual a Escócia se uniu à Inglaterra e ao País de Gales para formar o Reino Unido. Isso tem sido feito por todos os soberanos em ascensão desde 1714.

A partir de então, Charles faz o seguinte juramento: “Eu, Charles 3º, pela graça de Deus do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e de meus outros Reinos e Territórios Rei, Defensor da Fé, prometo e juro fielmente que manterei e preservarei inviolavelmente o acordo da verdadeira religião protestante, como estabelecido pelas leis feitas na Escócia em prossecução da Reivindicação de Direito e particularmente por uma lei intitulada ‘Ato para Assegurar a Religião Protestante e o Governo da Igreja Presbiteriana’ e pelas leis aprovadas no Parlamento de ambos os Reinos para a união dos dois Reinos, juntamente com o Governo, Adoração, Disciplina, Direitos e Privilégios da Igreja da Escócia. E que Deus me ajude”.

O ato termina com a assinatura de duas cópias do juramento. (Terra)

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