“Sem projeto, não adianta fazer uma dívida e jogar para às próximas gestões”, diz vice-presidente do ConCidades sobre empréstimo de R$ 45 milhões pela prefeitura de SAJ

Foto: Voz da Bahia

O Voz da Bahia entrevistou nesta segunda-feira (16), o vice-presidente do ConCidades (Conselho das Cidades) e engenheiro de Santo Antônio de Jesus, Dr. Leonel Reis, que falou sobre o projeto encaminhado pelo prefeito Genival Deolino (PSDB) a Câmara de Vereadores, que tem como objetivo autorizar a tomada de empréstimos no valor de R$ 46 milhões, com a promessa de reconstruir a Feira Livre da cidade.

Durante a entrevista ao programa Meio-Dia e Meia, Leonel afirmou que o ConCidades não é contra a construção de uma nova Feira, mas não há como aprovar tal projeto sem antes realizar diversos esclarecimentos do mesmo, “como ConCidades não somos contra a Feira Livre, mas existem alguns trâmites que precisam ser obedecidos para que um projeto dessa magnitude possa vir colocado em prática. Santo Antônio de Jesus está no mandato de Genival Deolino, mas a questão é que um projeto desses, se for aprovado, existe um período de adaptação. Nós, cobramos o estudo de impacto de vizinhança e nos falaram que esses documentos só podem ser feitos depois. Santo Antônio de Jesus tem condições financeiras para isso? Hoje o ConCidades não teve nenhuma informação clara, não nos deram respostas. Mas pelo, o que ouvimos nas audiências públicas, através de Uberdan Cardoso (PT) e de Délcio Mascarenhas (PSB), vemos que diante da seriedade desses vereadores, vamos seguir essa linha de pensamento, até que se prove o contrário. Sem projeto, não adianta fazer uma dívida e jogar para as próximas gestões. Como ConCidades viemos para somar, independente de quem seja o prefeito. Não queremos bandeira partidária, queremos que Santo Antônio de Jesus cresça e tenha uma feira organizada, para isso depende da demanda provada de recursos e projetos no papel para serem discutidos com a sociedade”, declarou.

Ainda segundo o representante do ConCidades, não tem como a prefeitura conseguir retirar empréstimos sem antes realizar todo o planejamento e esclarecimento, principalmente para a população mais afetada, os feirantes, “o principal são os feirantes, eles precisam ser ouvidos. Aliás, não só eles, os comércios da área circunvizinha também. Ali terão ruas que serão interditadas. A infraestrutura é grande, portanto, todo o planejamento tem que ser feito antecipadamente. Não se faz um projeto pegando o dinheiro primeiro, e depois ver como vai aplicar”, disse.

Leonel disse também ao Voz da Bahia, que esse projeto pode acabar como a reforma da Praça Padre Mateus, onde até hoje os trabalhadores do local ficaram sem poder trabalhar nos quiosques, “R$ 46 milhões é muito, mas se não for? Se a Feira ficar pela metade do valor e acontecer igual à Praça Padre Mateus? Vamos fazer a mesma coisa na Feira Livre? Não somos contra a Feira Livre, tudo precisa ser discutido. Ainda não conheço a empresa que está na licitação, mas sei que temos profissionais de grande competência dentro de Santo Antônio de Jesus, inclusive dentro da própria secretaria de infraestrutura”, concluiu.

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Reportagem: Voz da Bahia

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